Nunca é demais lembrar! O que
vamos afirmar neste artigo é fruto de nossas atividades profissionais, como coach
de negócio de lideranças empresariais em busca do sucesso para suas
organizações.
Sobre as lideranças nas organizações
Sejam elas líderes-coaches
(vigilantes ou operacionais), fazem aquilo que sabem e gostam de fazer. Esta é
uma barreira para mobilização de lideranças pelo desempenho superior e sua
gestão.
Precisamos sempre o mais cedo possível conhecer algumas crenças das
lideranças que têm alto impacto no resultado do trabalho das estações de
trabalho. Essas crenças representam o que as lideranças pensam que sabem.
Pergunte a qualquer líder empresarial o que é desempenho que você vai ter uma surpresa. Virão tantas
respostas diferentes quantos são os líderes que você perguntar.
Outras dúvidas que as lideranças têm são do tipo: desempenho e sua
gestão são problemas de quem? Desempenho e sua gestão dependem do nível de
conhecimento das pessoas? Dependem do tempo à disposição dos seres humanos?
Dependem do ambiente onde as pessoas vivem?
Existe quem defenda que os dinossauros desapareceram porque, como
animais, não sobreviveram às ameaças do meio onde viviam. Dizem que o homem vai
pelo mesmo caminho.
O líder de ontem era um tomador de decisão, e um profissional alocador de
recursos que perguntava sobre a melhor
maneira de explorar as habilidades de um funcionário em proveito da
organização. Os funcionários eram vistos como ferramentas e recursos para
consecução das metas da organização.
A melhor maneira hoje (best practice) deve acomodar, de alguma
forma, mudanças importantes que estão ocorrendo diariamente e oferecer algumas
respostas às questões realmente difíceis que surgem a partir de um mercado cada
dia mais competitivo.
É, sem dúvida, essencial uma atitude empreendedora da liderança se os
indivíduos e organizações desejarem florescer no novo mundo dos negócios.
Vivemos numa época em que memória, conhecimento e aprendizado organizacionais
dos integrantes de uma força de trabalho estão se tornando mais valiosos e
disputados.
Os consumidores estão pressionando por bens e serviços que agreguem cada
vez mais valor e continuam a exigir atendimento cada vez mais personalizado.
Mesmo o escritório onde muitos de nós trabalhamos está se redefinindo em
novos lugares, permitindo-nos trabalhar a qualquer hora do dia à medida que a
tecnologia possibilita flexibilizar nosso estilo de trabalho.
O número de executivos que trabalham em casa cresce vertiginosamente e
dispor de escritórios suntuosos é custo.
Muitos mundos chegam todos os dias ao conhecimento dos executivos que
sonham em se transformar em líderes através de um esforço planejado de
desenvolvimento de uma carreira coroada de sucesso. Um desses mundos é o mundo
profissional que remete a atual carreira do executivo para além de hoje,
penetrando bastante no passado e no futuro, dentro de um mundo de trabalho, no
qual muitas das regras básicas estão num estado fluído.
No centro disso encontramos o presente imediato, o mundo de hoje,
repleto de colegas em várias equipes, gerentes, subordinados diretos,
associados, fornecedores e clientes.
A configuração específica dos relacionamentos de um executivo hoje
inclui agentes do tipo governo, sindicato, bancos, acionistas, mercado de
ações, entre outros.
Existe outro mundo ainda, muitas vezes esquecido pelos próprios
executivos, que é o mundo onde eles não estão fazendo negócios, não estão
trabalhando. É um mundo matrimonial, familiar, social e econômico. Afinal,
existe vida além do trabalho na carreira do executivo.
No mundo atual dos agentes livres, tanto os líderes como os seguidores
conseguem escolher entre participar ou não plenamente do relacionamento.
Cada um deve fornecer um caminho para o sucesso do outro. Um seguidor
segue de forma semelhante a uma pessoa que busca uma orientação do coach, porque esse procedimento ajuda o
seguidor a alcançar seu destino.
Um líder lidera de forma semelhante a um treinador que treina para
alcançar seu destino de ajudar os outros a alcançarem seus respectivos destinos.
A opção atual dos líderes por gerenciamento de projetos para execução do
que estabelece seus planos estratégicos tem sido crescente uma vez que a
existência de um gerente de projeto educado e treinado, atuando como empresário
e responsável pelos resultados do projeto assegura grande parte do sucesso
pretendido pelas lideranças.
Em resumo, consideramos aqui como premissa que gerentes de projeto são
seguidores preferenciais de líderes responsáveis pela definição e implementação
de estratégias de negócio bem sucedidas.
Estão essas lideranças também mostrando que conflitos existem
para serem resolvidos e gerar benefícios para as organizações.
Entretanto, o gerente de projeto por si só é de pouca valia sem uma
equipe organizada para alcançar os objetivos de projetos adequadamente
planejados apesar dos conflitos que possam surgir.
Portanto, uma equipe educada e treinada e uma lógica simples de
gerenciamento de projeto com ênfase nos aspectos comportamentais do ambiente de
projetos deve ser pensada e divulgada para servir de rumo para o sucesso
pretendido pelas lideranças.
Sobre o que
estão fazendo as empresas brasileiras?
Agora só nos resta verificar como se
comportam as organizações brasileiras em relação às questões sobre mobilização
de lideranças, até agora levantadas. As afirmativas que fazemos, sem medo de
errar, são as seguintes:
- Poucas, menos de 1%
das organizações do mundo, estão preparadas para iniciar uma jornada em
busca de níveis de desempenho nunca antes alcançados, mobilizando suas
lideranças. Esse número, entretanto, é expressivo e nos remete quase
sempre às grandes empresas;
- Quase a totalidade
das organizações, que não estão preparadas (médias e pequenas) para
mobilizar sua lideranças, buscam resultados que não estão muito bem
definidos, e são em sua maioria de curto prazo. Quando iniciam de forma despreparada
uma jornada pela melhoria de desempenho mobilizando lideranças, interrompem
a jornada, na média, em menos de um ano, por pressão da necessidade de
resultado financeiro de curtíssimo prazo;
- As organizações que
estão preparadas para mobilizar lideranças são, quase que em sua maioria,
organizações que: estão obtendo lucro, desfrutam de imagem de sucesso no
mercado, e investem tempo na jornada de melhoria de desempenho pela
mobilização de lideranças;
- Todas as
organizações que iniciam a mobilização de lideranças e mantém uma jornada
de sucesso, alcançando níveis de desempenho nunca antes alcançados, são
conduzidas por líderes unificadores que se comunicam, que recebem,
permanentemente: educação e treinamento sobre facilitação do processo de
melhoria de desempenho, e seguem um modelo próprio em sua jornada de melhoria.
É muito difícil encontrar exceção a essa regra;
- A organização, que
está tendo sucesso em sua jornada de melhoria de desempenho pela mobilização
de lideranças mantém sua força de trabalho educada e informada sobre sua
razão de ser, com precisão e exatidão, e sem medo de mudanças de rumo;
- Os valores que
guiam as organizações de sucesso são valores definidos a partir dos
valores definidos pelos integrantes do nível operacional, e apresentados
negociadamente à liderança como aqueles que a força de trabalho está disposta
a honrar. Não são valores que são discutidos e definidos pelos integrantes
da Alta Administração e gerência sênior da organização, e implementados
por decreto;
- As decisões de
mobilização de lideranças nas organizações bem sucedidas são: lentas,
planejadas e sistemáticas. São tomadas com seus seguidores dentro de um
reconhecido processo negociado de busca de competência coletiva;
- Nas organizações
que mobilizaram suas lideranças para o sucesso os resultados nunca antes
alcançados são sempre uma conseqüência de comprometimento formal com o
sucesso pretendido, e atuação integrada de participantes dos três níveis
de desempenho da organização: organização, processo e trabalho executor;
- As organizações que
mobilizaram suas lideranças para o sucesso vivem em cenário de
transformação permanente, onde as pessoas falam umas com as outras sem
medo de represálias, e são recompensadas e reconhecidas como resultado de
desempenho superior alcançado;
- As organizações que
mobilizaram suas lideranças para o sucesso: (1) Alcançam níveis de
desempenho nunca antes alcançados, (2) A jornada pela melhoria está
definida no plano que define o projeto do sucesso da liderança no negócio.
Este plano é analisado criticamente, no mínimo quatro vezes por ano, pela
liderança e sua equipe gestora com a participação da força de trabalho do
nível operacional. A partir de um contínuo processo de
monitoração e controle estratégico, tem-se uma análise crítica periódica
do progresso alcançado, que poderá levar a completa reformulação da
estratégia (nós chamamos essa reunião de Dia D!) Uma reunião de análise
crítica do desempenho que objetiva alinhar a percepção das pessoas, em
relação ao sucesso que pretendem alcançar no futuro.
Lições aprendidas
E para encerrar nossa conversa apresentamos
algumas lições aprendidas:
- As organizações são criações operacionais de
pessoas que nelas se perpetuam. Tratar as pessoas e as organizações como
grandes máquinas, como se faz na filosofia de comando-controle é entender
pouco da natureza do fenômeno que faz da vida um bem precioso do ser
humano.
2. Conhecer de perto o que estão fazendo as
pessoas das organizações de sucesso ajuda muito no desenvolvimento da sociedade.
- Dentro e fora das organizações públicas ou
privadas, as lideranças cometerão erros irreparáveis se não forem
competentes e tiverem confiança em suas capacidades de aprender para
diagnosticar e intervir na confusão que os seres humanos vivem no mundo,
dentro do ciclo vicioso que
começa pleno de boas intenções;
- As lideranças repetirão alguns equívocos bem
conhecidos que já aconteceram. Para citar um, a guerra é um bom exemplo de
decisões equivocadas de líderes mundiais. Onde está o equívoco das
lideranças sobre a guerra?
- Na ocupação do solo de cultura diferente da
dos invasores está o grande equívoco.
- O que as lideranças não aprenderam ainda sobre
as guerras? Desde que o mundo é mundo a história está repleta de exemplos
de povos que declararam guerra, conquistaram e ocuparam espaços no solo
dos povos conquistados e ao longo do tempo essa posição se tornou
insustentável do ponto de vista político e econômico. O tiro sai pela
culatra! Sempre que alguém “bate de frente” com a cultura vigente ela
perde em 100% dos casos. E isso acontece todos os dias aos nossos olhos na
nossa vida comum como seres humanos que buscam se perpetuar de alguma
forma através de suas realizações.
- Constatamos, pelas lições aprendidas no século
passado, que as principais mudanças visando à medição e melhoria do
desempenho e sua gestão para assegurá-la, devem ser, neste início de
milênio, formais e estruturadas pela liderança e sua equipe gestora do
negócio.
- Somente nas últimas décadas do século XX que
várias características do mundo mudaram para exigir tipos de competências
comportamentais dos seres humanos que fossem capazes de lidar com
ambientes em contínua mudança.
- Entretanto, vale a pena lembrar que em todas
as épocas pelo menos um ser humano sempre esteve presente se relacionando
com outros, numa relação de ajuda. Numa relação de ajuda, onde todos
pretendiam ser reconhecidos como pessoas melhores aos olhos do mundo em
que viviam.
- Portanto, temos que trabalhar mais e de forma
mais inteligente. Para produzir mais para uma população que cresce sem
controle no planeta. Para tanto, ou ajudamos nosso semelhante a ser mais
competente comportamentalmente no que ele necessita para produzir mais com
menos recursos, e sermos todos competentes coletivamente, ou naufragaremos
todos abraçados num mar de crises que leva a escassez de alimentos e
guerras, conseqüentes de falta de energia no planeta.
- Temos que encontrar uma taxa de crescimento da
vida econômica das pessoas que, no mínimo, não acabe com a vida no planeta.
Autor: Edgard
Pedreira de Cerqueira Neto, PhD, PMP – Principal Executivo da ORPEG. Doutor em Ciências pelo Instituto
Militar de Engenharia e Mestre em Ciências pelo Centro Brasileiro de Pesquisas
Físicas o Dr. Edgard é reconhecido como coach de sucesso e especialista em gestão pela melhoria dos
resultados dos indicadores do desempenho da gestão dos negócios das organizações
– edgard@orpeg.com.br – http://orpeg.com.br/