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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA


Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável! Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta.

Ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pôde dar ao pupilo que se iniciava numa carreira difícil. Isso, na Inglaterra. Imaginem aqui, no Brasil!...

Não é demais lembrar a famosa trova de António Aleixo, poeta português: Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma Ciência.

A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência.

Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder.

Mas é preciso considerar que esses medíocres ladinos, oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas, com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar.

Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas do arrivismo, inexpugnáveis às legiões dos lúcidos. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social.

Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota, automaticamente, a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perder seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras, à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas... Enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender.

É um paradoxo angustiante!

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida. Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: Finge-te de idiota, e terás o céu e a terra.

O problema é que os inteligentes costumam brilhar! Que Deus os proteja, então, dos medíocres!...

Autor desconhecido

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SAWABONA SHIKOBA!


Certa vez o Prof. Luiz Marins escreveu: Há pessoas que têm um medo muito grande de errar. Esse medo faz com que elas acabem deixando de fazer muitas coisas, de participar, de lutar, de se envolver. Às vezes, o medo de errar é tão grande que essas pessoas ficam literalmente "travadas" e nem sequer se sentem confortáveis ao emitir uma opinião. Pessoas assim estão fadadas ao fracasso.

Hoje é preciso decidir, fazer, tentar, participar, descer do muro e assumir posições com coragem, lealdade e confiança. Pessoas que não se envolvem, não participam, nada fazem e, portanto, nunca erram, são hoje avaliadas como medíocres e, hoje, ninguém tem o direito de ser medíocre.

Errar, não só é humano como necessário. O crescimento, o desenvolvimento, a aprendizagem se fazem muito mais através da análise de nossos erros do que pelo louvor de nossos acertos. É preciso ter a coragem de errar. Gostaria de sugerir que você fizesse uma autoanálise de seu comportamento com relação ao medo de errar, de fazer. Lembre-se: Só não erra quem não faz!

Hoje recebi de um amigo um texto sobre uma tribo africana e seu modo de trata algo prejudicial e errado. Essa tribo tem um costume muito bonito e para mim, serve de “lição aprendida” para as nossas organizações, pois escrevemos certa vez que “só os tolos aprendem por experiência própria”.

Nessa tribo, quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez. A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom, cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.

Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro. Eles se unem então para erguê-lo, para reposicioná-lo na sua verdadeira natureza; para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom". Sawabona Shikoba!

Sawabona é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer: "Eu te respeito; Eu te valorizo, Você é importante para mim". Em resposta as pessoas dizem Shikoba, que é: "Então, eu existo para você".

Hoje eu gostaria terminar este artigo dizendo para os meus leitores: Sawabona!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O QUE É CONTROLE INTERNO?


Certa vez, lendo um texto de Lawrence Sawyer, onde seu neto lhe perguntava sobre sua profissão, porque não conseguia entender o que seu avô fazia, fiquei me questionando: se tivesse que explicar para um público leigo, hoje, o que eu faço, como seria?

Se eu dissesse que minha função é avaliar a existência, cumprimento e qualidade dos controles internos, certamente daria um nó na cabeça do ouvinte. Com certeza, "existência", "cumprimento", "qualidade", "controle" e "internos" seriam palavras que, separadamente, ele entenderia, mas o que são "controles internos"?

Se descrevesse a definição de controle interno, constante das Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna, diria: "Controles internos devem ser entendidos como qualquer ação tomada pela administração (assim compreendida tanta a Alta Administração como os níveis gerenciais apropriados) para aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidos sejam atingidos. Essas ações têm a finalidade de conferir precisão e confiabilidade aos dados contábeis, promover a eficiência operacional e encorajar a aderência às políticas administrativas prescritas".

Esta definição, como podemos notar, reconhece que um sistema de controle interno se estende além dos assuntos que se relacionam diretamente com as funções da contabilidade e dos departamentos financeiros. Mas isso é técnico demais, dito assim torna impossível para leigos compreender o trabalho desenvolvido por um auditor interno.

Costumo dizer que todas as pessoas têm seus controles internos próprios. Difícil de entender? Mas, vamos lá.

Toda vez que você deixa seu carro num estacionamento ou na rua, você verifica se ele está com todas as portas trancadas? Se você faz isso, parabéns, você tem controle interno. Neste momento a chave do carro é o seu controle interno e a sua intenção é proteger seu bem, um dos propósitos do controle interno. E quando você verifica se o carro está fechado, você está exercendo a função do auditor interno: avaliando a existência de controles (o carro têm fechadura) e o cumprimento dos controles estabelecidos (foi fechado). Qualidade seria se você verificasse se o local onde o carro se encontra é seguro, se há guardador, ou se poderia ser estacionado de uma maneira mais segura.

Você confere o seu canhoto do talão de cheques com os extratos fornecidos pelo banco? Se você faz isso, então você está assegurando que existe precisão e confiabilidade nos lançamentos efetuados pelo banco. Uma vez mais você está executando seu próprio controle interno.

Quando sai de casa, você verifica se todas as possíveis entradas estão devidamente trancadas? Mais uma vez, você está executando uma função de controle interno e protegendo seus bens.

Estes são alguns exemplos de controles internos que são executados no nosso dia-a-dia, sem que notemos a sua importância. Assim acontece nas empresas, pois todas têm controles internos e seus objetivos são:
 
  • proteger seus recursos;
  • assegurar que seus registros contábeis e financeiros são precisos e confiáveis;
  • promover a eficiência de seus funcionários;
  • encorajar o cumprimento de suas determinações.

Controles internos podem ser de natureza preventiva, detectiva ou corretiva:

Controles preventivos são os projetados com a finalidade de evitar a ocorrência de erros, desperdícios ou irregularidades. Exemplos: o fechamento da porta de seu carro e de sua casa ou o pagamento de seu cheque apenas contra sua assinatura.

Controles detectivos são os projetados para detectar erros, desperdícios ou irregularidades, no momento em que eles ocorrem, permitindo a adoção de medidas tempestivas de correção.

Exemplo: o alarme de seu carro e de casa, disparando, permitem evitar que o fato ocorra; termômetros em fornalhas, permitem corrigir a temperatura quando necessário; tinta vermelha próxima ao final das bobinas de papel, nas máquinas, permitem a substituição antes que chegue totalmente ao fim.

Controles corretivos são os projetados para detectar erros, desperdícios ou irregularidades depois que já tenham acontecidos, permitindo a adoção posterior de ações corretivas. Exemplo: a conferência do seu extrato de conta bancária permite que você detecte erros porventura existentes e a posterior adoção de medidas para correção dos mesmos (reclamação junto a instituição financeira).

Quem é responsável pelos controles internos? Os auditores internos? Errado. Todos são responsáveis pelo correto funcionamento do controle interno. Ao auditor interno cabe a função de avaliar se o sistema de controle interno está funcionando como estabelecido e caso contrário, de propor o estabelecimento do mesmo, se ele não existir, ou melhorar a sua qualidade.

Levando isso para a vida pessoal, também todos são responsáveis pelos seus próprios controles internos. Se você tem uma família, todos são responsáveis por fechar a casa, manter os veículos da família devidamente seguros, etc. Se seu filho sai com o seu carro, ele também deve estar consciente de que deve mante-lo devidamente em segurança, dirigir com cuidado, respeitar a normas de trânsito, estacioná-lo com segurança, etc. Agindo assim ele está cumprindo com sua responsabilidade sobre os controles internos da família.

Então, todos os funcionários de uma empresa precisam estar atentos ao conceito e aos objetivos dos controles internos. Ao auditor interno cabe a função de ajudá-los a atingir os propósitos do controle interno estabelecido.

Autoria:
Baseado em texto publicado na Internet no site UCAR Internal Auditing Home Page. Adaptação feita por Antonio Carlos Correia - Revisão: Rudinei dos Santos - Extraído do Site da UNB