Certa
vez fomos convidados pelo principal executivo de uma organização para
participarmos de uma reunião onde seriam discutidas as principais mudanças que
precisavam ser implantadas na empresa. Seu maior problema era encontrar uma
forma de romper as resistências das próprias pessoas daquela organização.
Para
alguns membros da reunião era “simplesmente implantar” e “quem não estivesse
satisfeito que pedisse demissão”, afinal, “manda quem pode e obedece quem tem
juízo”. Para outros, a implantação feita através de imposição não seria a
melhor solução. Corriam o risco de perder alguns membros da equipe, sem se falar
no “clima pesado” que se criaria.
Essa
era nossa missão: mudar a organização através das pessoas para implementar as mudanças.
Afinal, é com isso que trabalhamos: usar
novos métodos e ferramentas para ajudar as empresas a serem mais efetivas, sem
desconsiderar as pessoas.
Neste
caso foram usados os modelos de Aprendizagem Organizacional, que primam pela formação
dos recursos pessoais da empresa, através da transmissão de novas habilidades
específicas, adequadas ao contexto a ser desejado. Em outras palavras, preparar
os colaboradores da empresa para que entendessem as mudanças necessárias e
ajudassem a implantá-las.
Cabe
aqui um parêntesis para explicarmos o porquê da escolha da Aprendizagem
Organizacional.
Antigamente,
exigia-se que os profissionais tivessem uma grande gama de conhecimentos
próprios para exercer determinada função. Atualmente esta exigência não é tão
crítica, pois o importante não é só o que uma pessoa sabe, mas o que essa
pessoa é capaz de aprender.
Aprender
é uma das primeiras habilidades que as pessoas desenvolvem, tanto no meio dos
conhecimentos, como das condutas e atitudes para adaptar-se ao meio ambiente.
Assim, a tarefa de Aprendizagem Organizacional, como toda função, depende das
pessoas, pois existem várias metodologias para chegar-se à pratica.
O
sucesso de aprendizagem requer um elemento básico: o desaprender, isto é, romper
seus paradigmas, conhecimentos ou hábitos de conduta que limitem os processos
de mudança, ou de novas respostas, ou como disse Yoda, no filme "Star Wars": "Desaprender o que aprendeu precisa..."
Isto
requer das pessoas envolvidas com os processos que tenham uma atitude aberta e
franca e, principalmente, que estejam comprometidas com o processo.
Para
isso se deve associar a Administração à Psicologia Organizacional, para que não
se aborde somente aspectos técnicos, mas também as atitudes, emoções e condutas
do grupo da empresa.
Uma
vez realizadas tais ações, é importante definir qual metodologia é mais
adequada a empresa. Deve-se, ainda, aplicar ao perfil dos grupos e das pessoas
que a integram. Lembre-se que produtos “enlatados” normalmente não atende a
organização.
Vale
a pena lembrar o que escreve Peter F. Druker: “Quando um navio permanece muito
tempo no mar, é preciso leva-lo para retirar as cracas incrustadas – de outra
forma, sua resistência irá diminuir assim como sua velocidade e facilidade de
manobra. Uma empresa que navegou em águas calmas durante muito tempo também
precisa ser levada para limpá-la dos produtos, processos, serviços e
empreendimentos que só absorvem recursos, ou seja, limpá-la do passado.”
Voltando
ao caso, a empresa concordou e decidiu aceitar a nossa recomendação e realizou,
com a nossa ajuda, um Fórum de Melhoria dos Negócios da Empresa, com a presença
do principal executivo, diretores, gerentes e representantes de diversas áreas.
As
pessoas convidadas tiveram a missão de montar um Documento de Premissas da
Empresa, com objetivos de até dois anos, para implantar os diversos projetos de
melhoria e estabelecerem os Indicadores para medir e aprimorar. Também aprendeu
que os resultados começam a aparecer em 90 dias.
Nosso caso teve um final feliz,
pois a empresa acabou por criar um amplo programa de T&D para atender toda
empresa, além de fazer as mudanças e melhorias através de seus colaboradores. E
a sua, como anda?
Pense nisto e tenha uma ótima
semana.
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