Durante o ano recebo muitos textos de amigos, alunos e de pessoas que não conheço mas que leem os meus artigos. Alguns publico no
meu blog, outros apenas guardo para uma oportunidade. Certa vez um amigo
sugeriu que eu criasse um novo blog só para publicar os textos recebidos, mas
ainda não fiz isso. Outros ainda, como esta preciosidade que me foi enviada
pelo amigo e irmão Antônio Carlos Tora, não resisto e trato de conta-los para
meus leitores.
Diz o amigo Tora:
Certa
manha, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu
aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silencio
me perguntou: Além do cantar dos pássaros, você esta ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi: – Estou ouvindo um barulho de carroça.
– Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
– Como
pode saber que a carroça esta vazia, se ainda não a vimos?
– Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia; por
causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.
Tornei-me adulto, e ate hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grosseria inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: “Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz…”
Fonte: Antonio
Carlos Tora
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