Qualquer gestor de qualquer organização treme quando
pensa por breves momentos no ponto da sua “lista
de afazeres (to-do list)” que diz: acompanhamento do desempenho da organização.
No início das empresas este processo era muito moroso, meticuloso e delicado,
pois ainda não tinha sido desenvolvida uma metodologia que permitisse o acompanhamento
eficaz e transparente dos múltiplos processos que decorrem simultaneamente durante
um dia normal de trabalho numa organização.
No sentido de obter uma visão detalhada mas focada de alguns processos,
os gestores começaram a identificar quais eram os mais importantes para o bom
desempenho da organização e através da sintetização de informação sob a forma
de indicadores criaram-se os atualmente designados indicadores-chave de
desempenho ou em inglês “Key Process Indicators” (abrev. KPI).
Os indicadores de desempenho são um conjunto de indicadores que permitem
avaliar continuamente a posição e evolução de uma determinada atividade/processo
que decorre numa empresa. O seu principal objetivo vai para além do acompanhamento
dos processos na medida em que através deles se procura avaliar, analisar,
sugerir, decidir ou até mudar o rumo do processo analisado. Para, além disso,
cada indicador deve possuir uma meta a atingir no sentido de motivar os
colaboradores que para ela contribuem a alcançar o seu melhor desempenho,
trabalhando em conjunto para que o valor real do indicador tenda sempre no
sentido de alcançar a meta proposta. Caso as metas não ofereçam o resultado
esperado, torna-se necessário realizar uma análise às causas, e
consequentemente elaborar um plano de ações corretivas.
Para operacionalizar o uso de indicadores devem definir-se metas anuais
cujos objetivos sejam periódicos mensais, trimestrais ou semestrais. Além
disso, é necessário que sejam publicados no planeamento anual da empresa, a fim
de que todos os colaboradores possam ter conhecimento e ser responsabilizados
pelo andamento dos processos que irão contribuir para os valores das métricas.
Nem todos os KPIs são iguais. Existem tipicamente 3 tipos – os de Gestão,
os Estratégicos e os Operacionais. Estes KPIs diferem entre permitem traduzir
diferentes informações.
- KPIs de Gestão – traduzem medidas de ações que resultam do desempenho de cada área de negócio, devendo ser monitorizados pelos gestores de cada área.
- KPIs Estratégicos – traduzem os objetivos globais (financeiros, processos, clientes, qualidade, projetos, etc.) da empresa e por isso devem ser acompanhados pela gestão de topo.
- KPIs operacionais – traduzem os objetivos de desempenho ao nível de processos, projetos e negócios, podendo também refletir objetivos ao nível de desempenho ambiental, de qualidade e de higiene, saúde e segurança no trabalho. Estes indicadores devem ser acompanhados pelas áreas de suporte ao negócio ou por uma área central que compile a informação necessária.
Para implementar um estudo de KPIs regular é importante ter em atenção
que a sua metodologia consiste nos seguintes passos:
- Identificação de processos chave – Reúna todos os processos que considere chave na sua empresa e liste-os através da elaboração de uma breve descrição dos seus elementos fundamentais e suas consequências para o negócio. Coloque por ordem de importância para o negócio os processos listados e comece a pensar no tipo de indicadores que vai usar.
- Definição do tipo de indicadores – Para cada processo chave identifique qual o seu “core”. Dependendo da sua afetação no âmbito da gestão, operacionalidade ou estratégia, selecione o indicador que a traduza.
- Definição das métricas para o cálculo dos indicadores – Para cada indicador que selecionou terá que definir uma métrica de cálculo. Consoante seja um índice, ou uma percentagem, elabore uma fórmula que traduza a implicação processual sob a forma de um número. Defina se irá trabalhar em função do valor da métrica ou apenas de índice, e qual a relação de interdependência entre ambos. Decida se a escala será até 5 ou até 10, ou se até faz mais sentido que seja até 3. Estude o seu caso e decida qual a métrica mais adequada.
- Identificação das metas – Para cada indicador estabeleça uma meta que pretende alcançar no final do ano comercial. Defina de acordo com a escala quais os objetivos periódicos e qual o objetivo a cumprir obrigatoriamente no final. Ao definir uma meta terá uma melhor forma de medir o caminho a percorrer até lá chegar.
- Elaboração do relatório final – No fim do ano elabore um relatório de partilha onde analise todos os KPIs e qual o seu percurso/evolução de forma a que possa partilhar com os seus colaboradores quais as “lições aprendidas” e o que poderia ter sido feito melhor.
- No mundo empresarial atual há cada vez menos espaço para falhas, sobretudo porque estas representam um custo associado em termos de tempo e recursos perdidos. O trabalho orientado por indicadores passa então a ser imprescindível na medida em que permite direcionar todos os colaboradores rumo aos objetivos globais da empresa.
Pense nisto e tenha uma
ótima semana!
Fonte: Portal das Pequenas e Médias Empresas - http://pme.pt/
Nenhum comentário:
Postar um comentário