“A eternidade começa
amanhã, a posteridade acabou ontem e, o presente é só o dia de hoje, portanto
faça o que tem que ser feito agora”.
Procrastinar é a intenção de deixar tudo para depois. É
utilizar todo tempo disponível para realizarmos uma tarefa. É deixar para amanhã
o que deve fazer hoje. É o ato de adiar por comodismo, preguiça (lascívia),
falta de iniciativa e determinação, delongar, demorar. A tal famosa ‘preguiça’
que toma o ser humano e subverte os padrões de eficácia e efetividade no que é
esperado no desempenho de uma tarefa.
Por vezes, o indivíduo reage às imposições e obrigações que
lhe são impostas, isto foi objeto de estudo de Douglas McGregor na Escola
Comportamental da Administração, quando enunciou sua Teoria X, descrevendo que
o homem: 1) É indolente e preguiçoso por natureza, evitando o trabalho ou
trabalhando o mínimo possível e sempre em troca de recompensas; 2) É sem
ambição e não gosta de assumir responsabilidades, preferindo ser dirigido e
sentir-se seguro nessa dependência; 3) É egocêntrico, sendo que seus objetivos
se opõem aos objetivos de outrem; 4) É resistente à mudanças preferindo a segurança
a assumir riscos e, 5) É dependente, sem autocontrole e autodisciplina, necessitando
ser vigiado e controlado. Talvez um exagero, posto que o próprio McGregor, a despeito
de tantos preconceitos lançou a Teoria Y em seguida, devolvendo ao homem uma
posição mais digna e honrosa.
Abraham H Maslow tratou do mesmo assunto, porém com outro
enfoque – o da motivação humana. Sua Teoria da Motivação prevê uma escala de
cinco grupos de necessidades a que os seres humanos estão sujeitos. Partindo
das necessidades básicas (fisiológicas e de segurança), passando pelas
necessidades sociais e psicológicas (aceitação e estima) para chegar no topo,
onde estão as necessidades de auto-realização. Em cada patamar, as necessidades
motivam cada ser humano com atitudes que as atendam, justificando assim a
diversidade de determinação de um indivíduo para outro. As atitudes guiam as
pessoas na realização das tarefas fazendo com que sejam realizadas em tempo
satisfatório ou sejam procrastinadas, tudo em concordância com a motivação
pessoal.
O historiador inglês Cyril N Parkinson (1909-1993) publicou
em 1955 uma tese muito interessante: as pessoas sempre utilizam o máximo do
tempo disponível para realizar uma tarefa, independentemente de sua
importância. O enunciado da lei de Parkinson diz que: "O trabalho expande-se na exata medida do
tempo disponível para ser feito".
A dificuldade em definir prioridades pode levar a prejuízos
materiais, financeiros e morais e, é ai que o planejamento das atribuições de
caráter pessoal, social ou profissional mostra sua relevância, posto que o
encadeamento das tarefas por grau de importância impõe ao cérebro prioridades
que combatam a procrastinação. Certamente que a quantidade de tarefas, impostas
pelas múltiplas atividades a que nos sujeita a vida moderna, provoca tensão e
frustração pela procrastinação de algumas delas, o que redunda em estresse,
portando tem-se que dosar estas atribuições na medida da capacidade individual
de realizações.
É evidente que certas atribuições são por natureza,
inconvenientes, indesejáveis ou desagradáveis como abastecer o veículo,
elaborar e entregar o formulário do Imposto de Renda, analisar extratos
bancários ou de cartões de crédito, etc. sendo postergadas ao extremo ou negligenciadas,
por vezes com prejuízos.
Há que se falar também das intenções fantasiosas, oníricas,
pretensiosas que nunca se realizam ou podem se estender pela eternidade por
estarem além de nossas possibilidades financeiras ou temporais, digo do desejo
em realizar uma viagem para terras distantes ou fazer filantropia, por exemplo,
porém se isto estiver no seu planejamento de vida, deve ser realizado, mas se
for um sonho, não cabe nos limites da procrastinação, se acontecer ótimo, senão
fica no “baú das boas intenções”.
Autor: Wagner Herrera - http://artigos.netsaber.com.br/artigos_de_wagner_herrera
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