Como é maravilhoso
o português falado e escrito no Brasil. Polêmico e vivo, capaz de colocar sob o
seu teto diversas expressões de outras línguas e ainda assim pouco prejudicar a
compreensão. É bem verdade que para alguns que não são iniciados em alguns temas
ficará difícil entender, por exemplo, um artigo sobre marketing, informática,
finanças, economia etc.
Na
área da administração de empresas a cada dia que passa novas expressões são
adotadas das mais diversas línguas estrangeiras, normalmente da inglesa, mas
não será difícil que daqui para frente o mandarim (lá da distante China) passe
a dar suas contribuições.
Dias
atrás uma empresa pediu uma proposta para um evento de técnicas de comunicação,
com a recomendação que eu levasse aos profissionais alguns “cases”. Na hora
brinquei com a analista perguntando: por que não casos ou “causos”? Ela apenas
riu.
-
Esse evento está no “marketing plan” e tem um “budget” específico. Foi uma
demanda dos “onwers” do “CRM – Customer Relationship Management” e deverá trazer
“insights” relevantes, prosseguiu a jovem analista de treinamento.
Um
parêntesis na nossa conversa – ou será um “break”?
Para
entender um pouco mais sobre as possíveis diferenças das três palavras
conversei com alguns amigos e clientes, posto que, até duas décadas atrás,
pouca diferença teriam. “Case” era apenas a palavra inglesa para caso e “causo”
uma palavra usada pelos moradores do interior do Brasil, gente mais simples,
mas queriam dizer a mesma coisa.
Ledo
engano. O que é um “case”? Pelo que pude entender é uma história ou
experiência, relevante, com “sustância”, capaz de provocar aprendizado e
reflexão. Um modelo de ações de grandes empresas ou empresários a ser seguido
ou abandonado. São os “down cases” ou “up cases”. “Case” é algo relevante.
Caso
já é bem diferente do que entendíamos há tempos atrás. Pode ser algo tão comum
que não desperta interesse. Levado para o lado dos relacionamentos chega a ter
conotações sexuais. Preste atenção quando um colega fala que vai te contar um
caso ou quando tem um caso… Caso é coisa corriqueira.
Já
finalmente os “causos”, são as histórias que de tão burlescas ou extravagantes
recebam uma atenção especial. Tenho um amigo que quando ouve alguém dizer que
vai contar um “causo” ele já começa a rir. “Causo” não é para ser levado a
sério é apenas para diversão.
Resolvi
preparar a proposta e provocativamente coloquei no final que os participantes
irão analisar “cases”, casos e “causos”.
Proposta
aprovada percebi que a comunicação atingiu seus resultados. Isso quer dizer, ou
seja, moral da história: quando eu, você ou nós não sabemos o significado de
alguma palavra ou expressão o melhor a fazer é perguntar. Correr os riscos de
querer ser mais realista que o rei poderá trazer resultados não esperados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário