Tradicionalmente,
gerenciar não tem tido muito a ver com liderar da forma que nós entendemos o
temo hoje em dia. Em vez disso, o papel do gerente tem sido o de planejar,
direcionar, coordenar controlar ou, como disseram Bennis & Nanus, “fazer as
coisas certas”. A partir de um modelo militar de organização, os gerentes
foram concebidos como elementos de ligação em uma “cadeia de comando”. Sua postura era altamente reativa – era
esperado deles receber as ordens da gerência de primeira linha e depois
implantá-las, consertar o que estivesse errado, solucionar problemas, fazer
planos racionais com base nas respostas que as pessoas esperavam, e manter a
organização existente, exercendo uma autoridade formal sobre as pessoas sob seu
controle.
Contudo,
esta visão de gerência está condicionada a um tipo de estabilidade que não
existe mais. Ela reflete uma época em que a mudança era gradual, em que as
organizações burocráticas podiam se arrastar sob o peso geralmente embaraçoso
das estruturas hierárquicas. Quando gerenciar bem significava fazer mais
daquilo que havia dado certo antes.
Mas
o gerente de hoje não pode mais se permitir trabalhar de modo reativo, porque o
ambiente de trabalho hoje em dia não se parece nada com o que havíamos visto
antes.
Mudando
ambiente de trabalho
O
atual ambiente de trabalho está cheio de mudanças. A mudança não é novidade. O
que é novo, contudo, é o ritmo cada vez mais acelerado, e o fato de estarem
ocorrendo transformações em vários setores importantes ao mesmo tempo. À medida
que a economia passa do industrialismo para uma era de serviços de informações,
as tecnologias são revolucionadas da noite para o dia: os tempos dos projetos
para manufatura reproduziram-se, e os segmentos de mercado estreitaram-se. A
força de trabalho também está mudando por causa das várias influências sociais
e culturais, os trabalhadores são mais diversificados culturalmente, têm mais
instrução, são tecnicamente mais capazes e trazem novos valores e novas
estruturas para o ambiente de trabalho.
Além
disso, as empresas devem conviver as exigências dos vários acionistas, com as
intervenções e as liberações do governo, com o fato de que os recursos e os
suprimentos não são mais estáveis e com a demanda de requerimentos cada vez
mais especializados por parte do cliente, tudo dentro do contexto de um mercado
que vem se tornando internacional, e altamente competitivo.
O
resultado final é turbulência, complexidade e uma incerteza sem precedentes.
Desse modo, para manter a vantagem sobre a concorrência, as empresas precisam
alcançar um nível de inovação até aqui inimaginável. De certa forma, a cultura
e a estrutura de uma empresa é que determinam se ela responde a tal desafio com
maior ou menor êxito. Por outro lado, a essência das empresas está na
independência das pessoas – portanto, os gerentes, em especial os de nível
médio, podem influenciar na forma pela qual a empresa age para acomodar as exigências
que estão sempre mudando.
Para
isso, os gerentes precisam tornar-se mais do que meros gerentes da forma como
nós os vimos no passado; precisam tornar-se gerentes que lideram.
Pense
nisto e uma boa semana!
Nota: Bennis, W. & Nanus B. – “Líderes” – New York: Harper
& Row Publishers.
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