Quando
meu filho estudava comunicação passei a escrever para a Folha do Publicitário,
jornal mensal da ETEC Escola Técnica de Comunicação. Naquela época, tinha o desafio de “traduzir”
artigos técnicos da área para linguagem coloquial para que pudesse ser
entendida pelos alunos que estavam ingressando na profissão sem, entretanto,
deixar de considerar os que se encontravam no término de curso.
Naquela
época escrevi o artigo que hoje reproduzo, apesar de passados uns bons anos, apesar
de volta e meia continuar sendo procurado para falar sobre briefing. Assim, aprimorem o que aí está.
Brief e Briefing
A
informação básica que circula entre o anunciante e a agência, para que esta
possa desenvolver o seu trabalho, recebe o nome “pomposo” de Briefing de Publicidade ou de Propaganda. Como vocês sabem, no Brasil,
as duas maneiras são aceitas.
Este
documento expressa o que o cliente pretende alcançar com a campanha e as
condições que exige ou sugere. Ele
permite disponibilizar a informação básica sobre produto, público e empresa,
além de apontar um norte sobre os objetivos que deseja alcançar e suas razões
para fazer uma campanha nova.
Entretanto
existe uma diferença entre brief e briefing. Brief é um resumo da informação que permite a agência conhecer a
situação que se desenvolverá a campanha. Ele contém um trabalho de compilação
de dados, descrição e elementos que intervirão na campanha (empresa, produto,
mercado etc.).
Já
o briefing é um informe que seleciona
e ordena a informação estratégica. Ele exige um trabalho de análise das
informações e instruções que deverão ser observadas.
Levando-se
em conta esta distinção ou não, o importante é que o documento do cliente a
agência deverá considerar dois pontos:
- Clareza – a informação deve ser expressa de forma que possa ser compreendida facilmente. Ela não pode deixar dúvidas a duplas interpretações.
- Brevidade – deve ser redigida de forma simples e sucinta, assim como os dados ou anexos.
Não existe um briefing padrão – receita de bolo. Normalmente cada empresa cria seu próprio
modelo, entretanto, alguns pontos devem ser considerados:
Descrição da Situação
- Produto (características, aspectos legais etc.)
- Marca (posicionamento, projeção futura etc.)
- Organização ou dados sobre a empresa (cultura, evolução, atual etapa etc.)
- Competência (ranking de marcas e posicionamentos)
- Detalhes de campanhas comerciais e/ou institucionais
- Perfil do público-alvo
- Atitudes motivacionais ante o produto
Objetivo
Publicitário
- O que se pretende alcançar com a campanha
Benefício e Credo
- Principal benefício que o produto oferece e a principal razão para o público acreditar no produto.
Cabe ressaltar que
anexos ao briefing normalmente
facilitam a agência e tornando a análise mais rápida e completa.
Uma vez recebido
todo material, a agência analisa o briefing
(debriefing), identifica dados úteis
que não aparecem, detecta informações contraditórias ou aspectos duvidosos que,
na maioria dos casos, motivam uma segunda reunião com o cliente, conhecida como
contrabriefing, para tirar dúvidas,
alinhar percepções etc.
Conclusão
Daí em diante é
ajustar com o cliente e trabalhar. Como
vocês observaram, não existem modelos mágicos para se fazer um briefing em publicidade. O marketing é a
grande “cozinha” de onde sairão pratos maravilhosos. O profissional de
propaganda é o “chefe” responsável pelos sucessos e fracassos dos “pratos”. De
sua criatividade, competência e, principalmente, humildade para aprender todo
dia e o “tempero”. Nessa cozinha do marketing os medíocres aprendem a duras
penas que, afinal, briefing não se
como com batatas!
Pense nisto e
tenham uma ótima semana e bons negócios!
Autor: Prof. AMarins
– antomar.marins@gmail.com
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