Desde que empresas
existem um só tema permanece no topo o tempo todo: como aumentar a
produtividade. No início, achava-se que a solução era trabalhar mais e mais
duramente, até que uma nova disciplina – a gestão – provou que não era. Nas
palavras de Peter Drucker, gestão é a
maior inovação do século 20. Não se trata de trabalhar mais, mas com mais
inteligência. A mãe de todas as inovações é o conhecimento que leva a
isso, não um produto. Esse conhecimento é que permite que a energia nuclear, o
microchip, a internet, antibióticos e novelas de TV fiquem, cada vez mais, ao
alcance de mais pessoas. A essência de tudo é obter mais com menos.
Inovação e gestão
tratam desta mesma ideia, mas inovação está embutida na gestão, não o contrário.
Gestão é fazer o que tem de ser feito para se chegar a um resultado da forma
mais eficiente. Inovação é uma das maneiras de conseguir isso. Aplicar conhecimento
a recursos disponíveis é o centro da coisa toda. O Mc Donald’s fez isso
treinando pessoas simples para produzir mais hambúrgueres por minuto. Henry
Ford fizera o mesmo com carros, mas a GM desbancou sua companhia aplicando
conhecimento novo à organização em si, não a carros. Os americanos
transformaram multidões despreparadas em trabalhadores produtivos para o esforço
da Segunda Guerra. Sem método para aplicar conhecimento à força bruta, a
história do mundo teria sido outra.
Líderes em inovação são
sempre, sem exceção, líderes em produtividade. A Amazon reduziu o giro do
estoque de livros de 168 para 17 dias. Já o famosíssimo Palo Alto Research
Center, da Xerox, criava produtos geniais, mas não sabia comercializá-los. Era
criativo, mas não produtivo. Faltava-lhe conhecimento disso que chamam
marketing (que, aliás, na Apple sobra). Inovação é o apelido de “gestão” quando
se esgotam possibilidades convencionais para se obter mais com menos. O que
diferencia gestão “normal” de inovação é mudança em duas perspectivas: tempo e
risco. Inovação envolve mais tempo e riscos mais severos – preço a pagar para
incorporar conhecimento novo. Empresas como as farmacêuticas, ao abrirem seus
processos de P&D (para ganhar produtividade, claro), têm de aprender a se
relacionar com agentes estranhos ao seu DNA corporativo (empresas de
biotecnologia, laboratórios independentes) e dominar nuances novas de temas
como propriedade intelectual.
Por isso, o normal é,
antes de inovar, tentar esgotar outras variantes para se tornar mais produtivo
(comprando outras empresas, expandindo-se para outros mercados). Mas, eis o risco:
se esperar demais para inovar pode não dar tempo. Tempo é a métrica essencial.
Empresas que se dão melhor são as que aprendem mais depressa a fazer o que é
preciso para gerar mais com menos. São, portanto, as que incorporam mais rápido
o conhecimento para fazer mais clientes pagarem por seus produtos o que elas
precisam que seja pago. O melhor inovador será sempre o mais produtivo – pois
este chegará mais rápido ao “mais com menos”. O mais produtivo será sempre o
melhor em gestão.
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