Muitos acreditam
que ser equilibrado é não deixar se afetar pelos acontecimentos negativos da
vida. Especialistas, porém, afirmam que permanecer frio e impassível diante das
tragédias e ser imune aos problemas não é sinônimo de equilíbrio. O ideal é
responder harmônica e proporcionalmente aos fatos ocorridos. “Quem está equilibrado emocionalmente é capaz
de se indignar com algo ultrajante, mas ao mesmo tempo é capaz de se defender
quando é desrespeitado, assim como é capaz de ser generoso, ficar feliz, triste
e usar o medo como um mecanismo de defesa e não negá-lo. O importante é entrar
e sair de cena no momento certo”, explica a psicóloga Tania Theodoro.
Segundo a
especialista, as pessoas, normalmente, conseguem identificar
como reagir em
cada situação imposta pela vida. O difícil, porém, é perceber e lidar com os
acontecimentos quando se perde o equilíbrio. A psicóloga explica que o erro
está em não resolver os conflitos emocionais na medida em que eles surgem,
deixando tudo acumular até o momento em que o indivíduo explode. “Fugimos de problemas e acabamos nos
escondendo em desculpas rotineiras, como, por exemplo, o excesso de trabalho”,
afirma.
E são nos momentos
explosivos que as pessoas acabam perdendo suas referências, reagem em excesso
ou deixam de reagir. Junto com esse processo, o desequilíbrio emocional
facilita o surgimento de sintomas como stress, ansiedade generalizada, doenças
físicas e emocionais. É nessa hora que o indivíduo deve refletir sobre a
forma como se relaciona com as pessoas do seu círculo social, além de aprender
a respeitar as diferenças de cada um e os seus limites. Mas até os mais
estourados podem recuperar o equilíbrio emocional. Para isso, o indivíduo
precisa cuidar de sua saúde física e psicológica, por meio da prática de
atividade física, hobbies e terapia. “Encontrar
o nosso equilíbrio é uma jornada pessoal. Quando estamos equilibrados
emocionalmente podemos decidir o que realmente queremos”.
Um bom exemplo sobre o assunto chegou-me às mãos por
um ex-aluno de pós-graduação. Conta ele:
Eu acompanhava um amigo à
banca de jornal. Meu amigo cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como
retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro. Pegando o jornal que foi
atirado em sua direção, meu amigo sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro
um bom final de
semana.
Quando descíamos pela rua, perguntei:
– Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?
– Sim, infelizmente é sempre assim.
– E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
– Sim, sempre sou.
– Por que você é tão educado, já que ele é tão rude
com você?
– Porque não quero que ele decida como eu devo
agir. Nós somos nossos "próprios donos". Não devemos nos curvar
diante de qualquer vento que sopra, nem estar à mercê do mau humor,
da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos outros.
- Não são os ambientes que nos transformam e sim
nós que transformamos os ambientes.
- Para saber quantos amigos você tem, "dê uma festa".
- Para saber a qualidade deles, "fique doente".
Pense nisto!
Nota: Tania Theodoro – Psicóloga formada PE USP de
Ribeirão Pteto, SP.
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