Como não convivemos
com esse tipo de empreendimento as chances de refletir sobre suas oportunidades
e dificuldades são raras.
De onde veio essa ideia
maluca, para levantar essa questão, você pode me perguntar.
Enquanto tomávamos
um café, um de nossos amigos contava que para mudar uma mesa de lugar, de um
estagiário, eles levaram três dias e praticamente uma semana para instalar um
ponto para ligar o computador.
Seu fiel escudeiro,
companheiro de trabalho, muito sério e meio irritado disse: “Ainda bem que não
somos donos de circo, pois nunca teríamos sucesso!”
Dessa observação
surgiram algumas reflexões e comparações sobre quais seriam as dificuldades de
se administrar um desafio como esse.
Mudar uma mesa de
lugar vira um desafio? O que dizer de criar uma filial, levar um escritório
para outro local ou a fábrica inteira? Certamente vamos encontrar empresas que
terão essa intenção a vida toda e nada acontecerá, mas e o circo?
Finda a temporada,
muda-se tudo. Você pode dizer: “Bom, mas ali são lonas, panos e madeiras!”
Diria a você: “Não,
reflita melhor e veja a complexidade envolvida, considerando toda a equipe, iluminação,
sonorização, acomodações, e mais uma série de itens. Lembre-se que a conversa
começou devido a dificuldades com uma mesa e alguns fios, não com um projeto
para se chegar a Marte.”
Mudanças, tema que
resistimos nas empresas é a situação mais corriqueira no circo.
Falamos em desafios
nas nossas empresas, no circo o desafio é a motivação! Você acha que não? Olhe
para baixo!
Vendemos nossos
produtos a um público que o avalia individualmente, temos tempo de corrigir
falhas, o produto do circo é apresentado à coletividade para apreciação
instantânea.
Aceitação ou
rejeição serão imediatas. É verdade que não recebemos aplausos com frequência
por termos um produto de qualidade, mas como administraríamos uma estrondosa
vaia?
Os nossos produtos
são fabricados a portas fechadas e os erros podem ser corrigidos e maquiados,
no circo o produto é preparado na frente do consumidor, muitos deles, as
crianças, extremamente exigentes.
A maquiagem nas
empresas tem a finalidade de esconder, no circo de destacar!
Uma criança que
diga “Não gostei”, influencia pelo menos dois outros consumidores, pai e mãe,
que falarão mal do produto a todos que encontrarem.
Os nossos produtos
são distribuídos a vários locais no mercado, o circo a cada momento tem que
explorar aquele ponto de venda com profundidade. É como se colocássemos nossos
materiais num hipermercado e lá retirássemos todo faturamento do período.
Nas nossas empresas
há aqueles profissionais que sempre se atrasam para as reuniões e invadem a
sala com as mais variadas desculpas, tipo: “Desculpem, fiquei retido no
trânsito!”.
Você já viu o
espetáculo do trapézio começar, e subitamente surge um sujeito com uma roupa
azul -mais azul que as outras- brilhante - mais brilhante que as outras -
correndo, subir até o topo do aparelho e pedir desculpas pelo atraso?
Ah, e que tal uma
situação onde a apresentação do artista não está dando dá certo e o locutor diz
o seguinte: “Amanhã a gente retoma, hoje já não dá mais!”
No circo seria
interessante ouvir: “Respeitável público, amanhã retomaremos nosso espetáculo,
hoje nosso trapezista se sente desconfortável em realizar o triplo mortal!”
Gente, melhor pedir
outro café, gestão de circo é trabalho para foca que é capaz de fazer duas
coisas ao mesmo tempo: Bater o bumbo enquanto peteca a bola!
Autor: Ivan Postigo – Diretor de Gestão Empresarial – Postigo
Consultoria Comunicação e Gestão - www.postigoconsultoria.com.br
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