O tamanho de uma empresa
tem relação com o sucesso do empresário? Por que muitas empresas não se tornam grandes?
O que é a síndrome do “mais ou menos?”
As pequenas empresas brasileiras sempre se
constituíram num assunto de grande interesse econômico para nossa sociedade e,
consequentemente, sempre foi amplamente debatido pelos estudiosos em empreendedorismo.
Porém, não há necessidade de informarmos aqui dados sobre o número de
funcionários empregados nas pequenas empresas, sua participação no PIB
nacional, a importância sobre a geração de riqueza para nosso país ou as
vantagens que elas possuem sobre as grandes corporações.
Nós já estamos cansados de ouvir tudo isso; ou
seja, esse assunto está saturado. Na verdade, nossa tentativa será a de buscar
razões a fim de explicar por que muitas pequenas empresas não se tornam grandes
negócios. Na opinião do Professor Alex Freire (FGV) existe três razões para
isso:
A primeira razão tem a ver com a “Visão
Estratégica”. Ou seja, quem disse que o Grupo Pão de Açúcar já nasceu grande?
Foram inúmeras crises enfrentadas pela empresa, antes que ela se tornasse esse
gigante atual. Além disso, o grupo enfrentou uma difícil decisão ao profissionalizar
a gestão da organização.
No início da construção do grupo, Abílio Diniz
viajou muito para conhecer outras experiências supermercadistas, investiu bastante
buscando novos conhecimentos e não ignorou a experiência daqueles que, naquela
época, ainda não eram seus concorrentes. Enfim, ele já enxergava adiante.
Outro exemplo de empresa que começou pequena foi a
Apple, onde Steven Jobs afirmou certa vez que iria deixar “uma marca no
universo.” Diante disso, percebe-se que falta um pouco de audácia àqueles que
dirigem pequenos negócios e sobra astúcia a muitos que constroem empresas a
partir do zero. Aspirações complexas não garantem grandes resultados, mas certamente
a ausência de grandes aspirações assegurará resultados medíocres.
A segunda razão tem a ver com aquilo que o
Professor Alex Freire denomina de “Síndrome do Mais ou Menos”. O empreendedor
cria e mantém uma empresa para estar sempre na média; ou seja, ele olha para os
lados, estuda a concorrência e segue o comboio. Dessa forma, tudo o que ele faz
é exatamente igual ao que fazem os seus concorrentes – inclusive cometendo os
mesmos erros.
Quando alguém sugere que ele busque a excelência,
automaticamente ele se defende afirmando que as pessoas não sabem o que é
dirigir uma pequena empresa. “Só faço aquilo que posso” – afirma o empresário.
E o que ele pode é sempre igual à média da capacidade dos outros. Portanto, ele
faz parte da “vala dos comuns” e consequentemente sua empresa sempre será
pequena – diz o Professor Alex Freire.
A terceira e última razão tem relação com a suposta
falta de recursos financeiros. Para começar, a falta de dinheiro é um problema
de todos e não apenas do pequeno empresário. O problema é que ele atribui toda
a culpa na falta de recursos por qualquer adversidade encontrada no seu
dia-a-dia corporativo.
A história está cheia de empresários que “torraram”
todos os seus patrimônios a fim de salvar sua pequena empresa e, mesmo assim,
nada adiantou porque o que lhes faltavam não era dinheiro e sim GESTÃO. Quantos
de nós conhecemos – ou já ouvimos falar – casos semelhantes?
Uma empresa sempre será um negócio compatível com o
tamanho da sua gestão. Acredito piamente que o problema dos empresários está na
forma de como conduzem as empresas e, não necessariamente, do tamanho do seu
saldo bancário. O caixa de uma empresa é consequência da gestão e não o
contrário.
Lembre-se que não é o tamanho da empresa que dita
se um empreendedor terá sucesso – ou não. Na verdade, são as aspirações do
empresário, a constante busca pela excelência e a qualidade da gestão empresarial
utilizada.
Sempre que levanto estas questões me vem a memória
um texto de Chico Xavier. Diz ele:
A gente
pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou
menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente
pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um
transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no
futuro.
A gente
pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
Tudo bem!
O que a
gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum é amar mais ou menos, sonhar mais
ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos,
e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa
mais ou menos.
Pense nisto e tenha uma ótima semana!
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