No Brasil, 36% das empresas adotaram o modelo de trabalho em
casa, ou home office, entre elas Ticket, Philips e Home Agent. As companhias
dizem ter apostado no modelo devido ao aumento da produtividade, qualidade de
vida do colaborador e diminuição de custos.
Segundo as organizações, a meta é
elevar a satisfação de funcionários e impulsionar o aumento da agilidade dos
colaboradores, pois apesar de trabalharem em casa, eles têm mantido o vínculo
empregatício e garantidas da CLT.
De acordo com a Pesquisa Home Office
2014, realizada pela SAP Consultoria em Recursos Humanos, com 200 empresas
nacionais e multinacionais de vários segmentos e regiões do País, o modelo é
mais experimentado pela área de tecnologia da informação, que lidera o ranking
com 19,23%. Para o sócio proprietário da SAP, Sebastião Augusto Perossi, a
maior presença de empresas da TI está relacionada às características das
funções desempenhadas. "A tecnologia possui diversas funções que podem ser
executadas de forma remota, sem perder a qualidade e a produtividade dos
resultados esperados pelos gestores." Como é o caso da Mandic Cloud
Solutions, uma empresa que possui 200 funcionários e adotou o modelo home
office, em 2013, para 30 colaboradores da empresa.
Resultados
"Os funcionários que trabalham em casa apresentam em
média 30% mais produtividade do que aqueles que vão para a empresa",
afirmou o diretor de tecnologias & operações da Mandic, Antonio Pina.
A Mandic não disponibiliza nenhum
equipamento para o funcionário trabalhar em casa ou qualquer ajuda de custo e
oferece um sistema chamado desktop virtual, que permite que os funcionários
acessem de qualquer lugar a área de trabalho dos computadores físicos das
empresas.
Os funcionários podem escolher os dias
que pretendem trabalhar em casa. Mas o serviço que o colaborador está
desenvolvendo não pode exigir a sua presença no escritório e deve ser cumprido
dentro dos prazos e resultados estipulados pelo gestor da área.
Segundo Perossi, um dos fatores que
podem dificultar a maior adesão do modelo home office é a legislação
trabalhista, que ainda não é muito clara em relação ao assunto. "A falta
de informação dos procedimentos do tele trabalho também interfere na anuência
do modelo. Já que no País existe um apego á cultura do trabalho
presencial."
Em São Paulo está o maior número de
empresas que possuem o modelo de trabalho home office, com cerca de 73,8%,
seguido por Rio de Janeiro com 7,69% e Paraná com 7,69%. Porém, apenas 42% das
organizações possuem uma prática formal para o trabalho fora do escritório.
Como é o caso da Ticket, que decidiu transferir toda sua área comercial para o
sistema home office, em 2006. São 210 colaboradores da área que trabalham em
casa em regime integral.
Benefícios
"Um dos benefícios que o modelo trouxe foi uma economia
de cerca de R$ 3,5 milhões, no primeiro ano de adesão ao formato. Além da
redução dos custos, ganhamos também em produtividade - a Ticket estima um
crescimento de 40% no número de vendas e incremento de 76% na receita
proveniente dessas vendas - agilidade e qualidade de vida para os colaboradores"
ressaltou o gerente de recursos humanos da Ticket, Carlos Cavequi.
A Philips também está entre as empresas
que colhem resultados positivos com a adoção do modelo para alguns
funcionários. Segundo a gerente de saúde e bem-estar da Philips, Cristiane
José, o número de viagens dos funcionários teve uma queda.
A Philips possui um programa chamado
Workplace Innovation, que dá aos colaboradores uma opção de trabalhar home
office. O programa permite a troca de informações e o trabalho em conjunto com
os outros remotamente. Todos os funcionários recebem um notebook e um celular
quando contratados, e podem trabalhar de qualquer lugar.
"Nossos colaboradores podem fazer
home office para os escritórios da Philips no Brasil, os dias são combinados
com os gestores de cada área", afirma Cristiane José.
Oportunidade
O modelo também permitiu que as mulheres ficassem mais
próximas de seus filhos após a maternidade e virou um fator de atração e
retenção de talentos femininos.
Muitas empresas já optam pela
flexibilização das jornadas de trabalho para alguns setores da empresa. Mas
hoje existem organizações que já aderem ao modelo de forma total. Como a Home
Agent, uma empresa de call center remoto, que possui cerca de 90 operadores
trabalhando em casa e funciona desde de 2011 com esse modelo. Os profissionais
recebem um suporte com equipamentos como red fone, cadeira, computador, mesa e
apoio de pé. A instituição também arca com as despesas de internet dos
operadores e investe em treinamento. Ensina o operador a lidar com a família
durante o período de seis horas que ele trabalha home office.
Para CEO do Home Agent, Fabio Boucinha,
trabalhar em um regime totalmente remoto trouxe benefícios para a operação,
como por exemplo, a redução do índice de absenteísmo (ausência no trabalho) e a
taxa de rotatividade de funcionários que varia de 0% a 2%.
"Não temos profissionais mal
humoradas. O modelo de trabalho é tão atraente, que algumas pessoas deixam
salários maiores, para optar por trabalhar em casa e ganhar menos",
destaca Boucinha.
Segundo uma pesquisa feita pela própria
Home Agent, cerca de 53% dos funcionários disseram que usam o tempo livre
depois do trabalho para estudar e deles, 42,7% estão cursando o nível superior.
A empresa economiza com transporte e
infraestrutura. Outro benefício foi na produtividade, já que os funcionários
tem maior tempo de permanência na empresa e acumulam conhecimento, com isso
agilizam os atendimentos, explica o CEO da Home Agent.
Pense nisto e tenha uma ótima semana!
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