Depois de estudar
por seis anos o comportamento de 13.000 homens e mulheres com idade entre 45 e
64 anos, os pesquisadores descobriram que as pessoas que se irritam intensamente,
e com frequência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do
que aquelas que encaram as adversidades com mais serenidade.
Isso ocorre porque,
a cada episódio de raiva, o organismo libera uma carga extra de adrenalina no
sangue. A concentração desse hormônio no corpo aumenta o número de batimentos
cardíacos e estreita os vasos sanguíneos, o que eleva a pressão arterial. A
repetição desses episódios pode gerar dois problemas em geral associados ao
infarto. O primeiro é a arritmia cardíaca. O segundo, a súbita dilatação das
placas de gordura que porventura haja nas artérias.
Como se sabe, quem
fuma tem até cinco vezes mais possibilidades de sofrer um ataque cardíaco. E
pessoas de vida sedentária apresentam riscos 50% maiores de ter problemas de
coração. Pois bem, para a epidemiologista americana Janice E. Williams,
coordenadora da pesquisa, a influência da raiva no desencadeamento de doenças
cardiovasculares é comparável às causas mais conhecidas, como a obesidade, o sedentarismo
e o hábito de fumar.
As conclusões do
estudo americano, no entanto, referem-se apenas ao raivoso típico, à pessoa que
perde o controle diante da menor das contrariedades. Esse é um tipo diferente
daqueles que ocasionalmente perdem a paciência numa discussão com a namorada ou
no trânsito, quando vítimas de uma barbeiragem. Para identificar quem se
encaixa no comportamento de risco, os pesquisadores usam a chamada Escala
Spielberger da Raiva, que teoricamente permite medir o grau de irritabilidade
de uma pessoa.
Pavio curto, está
provado, faz mal ao coração. Parar de fumar, fazer exercícios regularmente e
ter uma alimentação saudável já é difícil. E dominar a raiva, é possível? Para
os especialistas, sim. Tentar manter a cabeça fresca é uma meta razoável. O
cardiologista Mário Maranhão, presidente da Federação Mundial de Cardiologia,
aconselha os raivosos a tentar compartilhar seus problemas como forma de
relaxar: "Quem divide angústias, em vez de guardá-las até explodir, passa
menos raiva e cuida melhor da saúde".
Pense nisto e tenha
uma ótima semana... sem se irritar!
Autora: Rachel Campello – Veja – Edição
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