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quarta-feira, 2 de março de 2016

FALANDO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

Conversava com um grupo de alunos de pós-graduação em Gestão Estratégica, da importância da comunicação para a tomada de decisões do gerente. Para tanto, ele deve conhecer o comportamento humano.

Para quem não atua nesta área, há uma explicação sobre o assunto escrito por R. Nogueira que eu considero uma das melhores. Diz Nogueira:

De grosso modo podemos caracterizar o comportamento humano como verbal e não verbal. Chamaremos de comunicação, um episódio verbal, e ação, um não verbal. Por ação englobaríamos tudo aquilo que se refere à postura, ao movimento, e ao comportamento não anunciado pela pessoa. Comunicação se refere a tornar público para outro indivíduo, nossos pensamentos, desejos, intenções, pensamentos, que de algum modo vão interferir no comportamento dele.


Como a divisão sugerida é imprecisa, há ação que pode ser comunicação, por exemplo, quando se faz uma expressão facial, num contexto que pode ser entendida como desaprovação por quem observa.

Basicamente as relações entre os indivíduos se dão entre ação e comunicação. A comunicação tem um papel fundamental, a ponto de estabelecer as condições apropriadas para a ocorrência das ações. Por meio dela eu vendo, solicito produto, aponto necessidades, levanto expectativas, antecipo necessidades, ou seja, estou influenciando o comportamento de outras pessoas.


Voltando ao nosso assunto, senti que o grupo discordava sobre a “melhor” forma de o gerente comunicar-se com a sua equipe. Um disse que deveria ser enérgico, outro, paternal e outro, ainda, direta e clara.

Quem lê meus textos sabe que gosto de deixar as pessoas pensarem sobre o que escrevo e que tomem suas próprias conclusões. Como diz o provérbio chinês há sempre três verdades: a minha, a sua e a verdadeira. Assim, fui buscar num conto árabe a solução para o caso. Conta ele:

Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que espertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.

– Que desgraça, senhor! - Exclamou o adivinho. - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.

– Mas que insolente - gritou o sultão, enfurecido. - Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!

Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxesse outro adivinho e lhe contou sobre o sonho. Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe:

– Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.

A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E quando este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:

– Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.

– Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer... Um dos grandes desafios da humanidade é aprender a arte de comunicar-se. Da comunicação depende, muitas vezes, a felicidade ou a desgraça, a paz ou a guerra. Que a verdade deve ser dita em qualquer situação, não resta dúvida. Mas a forma com que ela é comunicada é que tem provocado, em alguns casos, grandes problemas.

A verdade pode ser comparada a uma pedra preciosa. Se a lançarmos no rosto de alguém pode ferir, provocando dor e revolta. Mas se a envolvemos em delicada embalagem e a oferecemos com ternura, certamente será aceite com facilidade.

Autor:
Antomar Marins e Silva – Professor, Consultor de Gestão Estratégica de Negócio e Autor de diversos livros e artigos. – antomar.marins@gmail.com
Rommel Nogueira – Graduação e Mestrado em Psicologia - http://www.inpaonline.com.br/

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