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sábado, 28 de dezembro de 2013

APLICANDO 5S NA VIDA PESSOAL

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente." (Carlos Drummond de Andrade)

Agora que você já fez a famosa contagem regressiva, bebeu champanhe, cumprimentou amigos e familiares, fez ótimas refeições e dormiu bastante, bem-vindo de volta ao cotidiano.

Para algumas pessoas, não passou de um dia como outro qualquer, uma passeadinha a mais do ponteiro nos relógios, exceção feita a uma mesa mais farta e ao final de semana prolongado.

Todavia, prefiro pensar como Drummond, aproveitando a magia do momento

para refletir, sobre os últimos doze meses; repensar, sobre os objetivos e metas traçadas; e recomeçar, a luta e a caminhada.

Em Administração, utilizamos um expediente importado lá do Oriente, mais precisamente do Japão pós-guerra, chamado de “5 S”. Este nome provém de cinco palavras japonesas iniciadas pela letra S: Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu e Shitsuke.

Os cinco sensos constituem um sistema fundamental para harmonizar as interfaces entre os subsistemas produtivo-pessoal-comportamental, norteando-se na base para o trabalho de uma rotina diária.

Praticar os 5S significa:

  • Seiri (senso de utilização): separar as coisas necessárias das desnecessárias;
  • Seiton (senso de organização): ordenar e identificar as coisas, facilitando encontrá-las quando desejado;
  • Seisou (senso de zelo): criar e manter um ambiente físico agradável;
  • Seiketsu (senso de higiene): cuidar da saúde física, mental e emocional de forma preventiva;
  • Shitsuke (senso de disciplina): manter os resultados obtidos através da repetição e da prática.

A aplicação dos 5S numa empresa deve ser efetuada com critérios, inclusive com supervisão técnica dependendo do porte da empresa. Mas meu convite, neste instante, é para você praticar os 5S em sua vida pessoal.

Assim, que tal aproveitar estes primeiros dias do ano para fazer esta pequena revolução pessoal?

Aplique Seiri em sua casa e em seu escritório. Nos armários, nas gavetas, nas escrivaninhas. Tenha o senso de utilização presente em sua mente. Se lhe ocorrer a frase: “Acho que um dia vou precisar disto...”, descarte o objeto em questão. Você não o utilizará. Pode ser uma roupa que você ganhou de presente ou comprou por impulso e nunca vestiu, por não lhe agradar o suficiente, mas que poderá acalentar o frio de uma pessoa carente. Podem ser livros antigos, hoje hospedeiros do pó, que poderão contribuir com a educação de uma criança ou um jovem universitário. Seja realmente seletivo. Elimine papéis que apenas ocupam espaço em seus arquivos, incluindo revistas e jornais que você “acha” estar colecionando. Organize sua geladeira e sua despensa – você ficará impressionado com o número de itens com prazo de validade expirado.

Na próxima fase, passe ao Seiton. Separe itens por categorias, enumerando-os e etiquetando-os se adequado for. Agrupe suas roupas obedecendo a um critério pertinente a você, como por exemplo, dividir vestimentas para uso no lar, daquelas destinadas para trabalhar, de outras utilizadas para sair a lazer. Organize seus livros por gênero (romance, ficção, técnico, etc.) e em ordem de relevância e interesse na leitura. Separe seus documentos pessoais e profissionais em pastas suspensas, uma para cada assunto (água, luz, telefone...).  Estes procedimentos lhe revelarão o que você tem e, principalmente, atuarão como “economizadores de tempo” uma vez que sua vida será facilitada quando da busca por um objeto ou informação.

Com o Seisou, você estará promovendo a harmonia em seu ambiente. Mais do que a limpeza, talvez seja o momento para efetuar pequenas mudanças de layout: alterar a posição de alguns móveis, colocar um xaxim na parede, melhorar a iluminação.

Agora, basta aplicar os últimos dois sensos já mencionados acima, o Seiketsu, que corresponde aos cuidados com seu corpo (sono reparador, alimentação balanceada e exercícios físicos), sua mente (equilíbrio entre trabalho, família e lazer) e seu espírito (cultive a fé) e o Shitsuke, tão simples quanto fundamental, e que significa controlar e manter as conquistas realizadas.

Faça isso e eu desafio você a ter pela frente doze longos e prósperos meses!


Autor: Tom Coelho, com formação em Economia pela FEA/USP, Publicidade pela ESPM/SP, especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de Vida no Trabalho pela FIA-FEA/USP, é empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/CIESP. Contatos – www.tomcoelho.com.br



sábado, 21 de dezembro de 2013

Feliz Natal e Próspero Abo Novo
Merry Christmas and a Happy New Year
Buon Natale e Felice Anno Nuovo
Frohe Weihnachten und ein gesegnetes Neues Jahr
Joyeux Noël at Bonne Année


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

AS REUNIÕES DE SUA EMPRESA SÃO PRODUTIVAS?

Um dos maiores motivos para o fracasso da produtividade coletiva do mundo corporativo atualmente é, sem dúvida, o excesso de reuniões desnecessárias e mal conduzidas. Muitas empresas ainda não dão a devida importância para esse problema que, além de atrapalhar o bom desempenho de sua equipe, leva a muitos gastos que poderiam ser evitados.

Segundo um estudo que realizamos na Triad Consultoria, o desperdício que se tem com reuniões improdutivas é de, aproximadamente, 500 mil reais a cada 100 funcionários.

Esse é um grande problema a ser enfrentado pelas corporações e é perceptível
para os funcionários. Uma pesquisa recente da Triad com 2000 pessoas mostra que 64% dos participantes dizem que as reuniões nas empresas em que trabalham são desnecessárias ou mal conduzidas. O condutor de uma reunião tem a missão de fazer com que ela atinja os objetivos propostos e, para isso, deve seguir algumas técnicas que sugiro que aplique no seu ambiente de trabalho:
  • Estabeleça previamente os objetivos da reunião.
  • Evite ao máximo convocar uma reunião de última hora! Para que ela seja produtiva, todos participantes devem estar bem preparados e esclarecidos sobre o motivo da convocação e os temas que nela serão discutidos.
  • Convoque certo.
  • Analise o motivo da reunião e convoque as pessoas que realmente forem indispensáveis para tratar sobre o assunto proposto. Algumas vezes há pessoas que não precisariam estar ali naquele momento e poderiam aproveitar para fazer outras coisas ao invés de fazer número na sala de reunião.
  • Abra a reunião clarificando os objetivos.
  • Inicie lendo o objetivo e a pauta da mesma.
  • Certifique-se de que todos os presentes agregam algo ao tema e que concordam no tempo proposto para a discussão. Deixe o objetivo e a pauta escritos e visíveis durante toda a reunião.
  • Permaneça em pé.
  • Sempre que conduzo reuniões para clientes eu ajo dessa maneira. Isso me permite evitar conversas paralelas em função do meu posicionamento, observar os participantes e também me ajuda a referenciar visualmente o objetivo escrito, quando o foco é perdido.
  • Utilize um relógio no centro da mesa.
  • Um dos principais desafios para os condutores que começam a aplicar essas técnicas é o controle do tempo da reunião. Como sugestão, deixe um relógio grande no centro da mesa para que seja visível a todos e não apenas a você. Assim, todo o grupo será conscientizado e se preocupará com o tempo.
  • Registre a memória da reunião.
  • Para evitar que a conversa se perca ou fique prolixa, convém registrar as principais idéias discutidas na reunião e os próximos passos.
  • Avalie o processo.
  • Após a reunião faça uma pesquisa com os participantes sobre a mesma e seu processo de condução, pois isso ajudará você a aprimorar sua técnica. 

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, nem sempre o líder da equipe tem que ser o condutor do encontro. Ele pode delegar essa função para algum outro membro do grupo que consiga fazer com que a reunião seja objetiva e, principalmente, produtiva. Inclusive, essa é uma ótima oportunidade para que os funcionários mostrem as suas qualidades e capacidade de liderança, desde que tenham objetividade, foco, autocontrole, percepção aguçada e boa comunicação.

Uma condução efetiva, além de destacar as características pessoais, permite que a sua produtividade e a da equipe aumentem consideravelmente para que a empresa atinja os resultados esperados.

Autor: Christian Barbosa - http://www.administradores.com.br/




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CASES, CASOS E “CAUSOS”

Como é maravilhoso o português falado e escrito no Brasil. Polêmico e vivo, capaz de colocar sob o seu teto diversas expressões de outras línguas e ainda assim pouco prejudicar a compreensão. É bem verdade que para alguns que não são iniciados em alguns temas ficará difícil entender, por exemplo, um artigo sobre marketing, informática, finanças, economia etc.

Na área da administração de empresas a cada dia que passa novas expressões são adotadas das mais diversas línguas estrangeiras, normalmente da inglesa, mas não será difícil que daqui para frente o mandarim (lá da distante China) passe a dar suas contribuições.

Dias atrás uma empresa pediu uma proposta para um evento de técnicas de comunicação, com a recomendação que eu levasse aos profissionais alguns “cases”. Na hora brinquei com a analista perguntando: por que não casos ou “causos”? Ela apenas riu.

- Esse evento está no “marketing plan” e tem um “budget” específico. Foi uma demanda dos “onwers” do “CRM – Customer Relationship Management” e deverá trazer “insights” relevantes, prosseguiu a jovem analista de treinamento.

Um parêntesis na nossa conversa – ou será um “break”?

Para entender um pouco mais sobre as possíveis diferenças das três palavras
conversei com alguns amigos e clientes, posto que, até duas décadas atrás, pouca diferença teriam. “Case” era apenas a palavra inglesa para caso e “causo” uma palavra usada pelos moradores do interior do Brasil, gente mais simples, mas queriam dizer a mesma coisa.

Ledo engano. O que é um “case”? Pelo que pude entender é uma história ou experiência, relevante, com “sustância”, capaz de provocar aprendizado e reflexão. Um modelo de ações de grandes empresas ou empresários a ser seguido ou abandonado. São os “down cases” ou “up cases”. “Case” é algo relevante.

Caso já é bem diferente do que entendíamos há tempos atrás. Pode ser algo tão comum que não desperta interesse. Levado para o lado dos relacionamentos chega a ter conotações sexuais. Preste atenção quando um colega fala que vai te contar um caso ou quando tem um caso… Caso é coisa corriqueira.

Já finalmente os “causos”, são as histórias que de tão burlescas ou extravagantes recebam uma atenção especial. Tenho um amigo que quando ouve alguém dizer que vai contar um “causo” ele já começa a rir. “Causo” não é para ser levado a sério é apenas para diversão.

Resolvi preparar a proposta e provocativamente coloquei no final que os participantes irão analisar “cases”, casos e “causos”.

Proposta aprovada percebi que a comunicação atingiu seus resultados. Isso quer dizer, ou seja, moral da história: quando eu, você ou nós não sabemos o significado de alguma palavra ou expressão o melhor a fazer é perguntar. Correr os riscos de querer ser mais realista que o rei poderá trazer resultados não esperados.


Autor: Armando Pastore Mendes Ribeiro – Diretor da PENSARE Consultoriawww.pensareweb.com.br - armando@pensareweb.com.br

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

VOCÊ CONHECE O DIAGRAMA DE KANO?

A “Análise de Kano” ou “Diagrama de Kano” é um método para o desenvolvimento ou melhoria de produtos baseado na caracterização das necessidades do cliente, sejam elas verbalizadas ou não.

O método desenvolvido pelo professor japonês Noriaki Kano, da Universidade de Riko, em Tóquio, possibilita aos desenvolvedores de produtos transformar as informações obtidas pelas pesquisas e centrais de atendimento em melhorias reais no produto de forma a buscar não apenas a satisfação do cliente, mas a superação de suas expectativas, ou seja, o encantamento do cliente.

Segundo o diagrama de Kano, os requisitos de um produto especificados pelo
cliente podem ser classificados de quatro formas: (1) em requisitos esperados ou obrigatórios, são aqueles que o consumidor espera encontrar no produto – sua existência, ou a melhoria destes, não implica em grandes modificações na satisfação do cliente, pois eles constituem a característica básica do que está sendo oferecido, porém, se eles não estiverem sendo satisfeitos podem se transformar em uma grande insatisfação por parte do cliente; (2) os requisitos explícitos são aqueles que o cliente manifesta, são os requisitos que o cliente diz que quer no produto; (3) requisitos inesperados, são aqueles que o cliente não espera, algo que pode surpreendê-lo.


O Diagrama de Kano é a tradução em um gráfico da relação do atendimento ou existência destes requisitos com a satisfação do cliente. Veja abaixo:


Em outras palavras, os requisitos obrigatórios são comparáveis aos “fatores higiênicos” de Herzberg, ou à base da “pirâmide de necessidades” de Maslow. São os requisitos que o consumidor não pede que sejam atendidos e que se atendidos não aumentam muito o grau de satisfação do cliente,porém, se não forem devidamente tratados (ou atendidos) podem causar descontentamento.

A “satisfação linear” ocorre quando aqueles requisitos que o cliente manifesta querer ou esperar são atendidos.

E o “encantamento” ocorre quando a empresa faz algo que surpreende o cliente. Quando o atendimento das necessidades deste vai além do que ele esperava. Podemos comparar estes requisitos ao topo da “Pirâmide de Maslow” ou aos “fatores motivacionais” de Herzberg. Ao atender estes requisitos a empresa certamente estará aumentando a satisfação do cliente, mas se eles não forem atendidos, não implicarão em queda de satisfação uma vez que são algo que o cliente não espera.

Autora: Caloline Faria - Compradora na Power&Motion, redatora freelancer na Infoescola.com e Assistente Administrativo na Café Bom Dia. – http://www.infoescola.com/

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

INSTRUÇÃO E EDUCAÇÃO

Ao ler hoje o jornal, no café da manhã, deparar com a notícia que “o Brasil evoluiu, mas segue nas últimas posições em ranking de educação”.

O Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou “que os resultados do Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados nesta terça-feira (3), representam 'grande vitória' para a educação no Brasil. Já especialistas consideram a evolução 'tímida'”.

A notícia levou-me a reflexão sobre o artigo do educador paulista Pedro de Camargo intitulado “Instrução e Educação”. Leiam e também reflitam sobre ele.

É preciso não confundir instrução com educa­ção. A educação abrange a instrução, mas pode ha­ver instrução desacompanhada de educação.

A instrução relaciona-se com o intelecto: a edu­cação com o caráter. Instruir é ilustrar a mente com certa soma de conhecimentos sobre um ou vários ramos científicos. Educar é desenvolver os poderes do espírito, não só na aquisição do saber, como especialmente na formação e consolidação do caráter.

O intelectualismo não supre o cultivo dos sen­timentos. "Não basta ter coração, é preciso ter bom coração", disse Hilário Ribeiro, o educador emérito cuja extraordinária competência pedagógica estava na altura da modéstia e da simplicidade que lhe exornam o formoso espírito.
Razão e coração devem marchar unidos na obra do aperfeiçoamento do espírito, pois em tal impor­ta o senso da vida. Descurar a aprendizagem da vir­tude, deixando-se levar pelos deslumbramentos da inteligência, é erro de funestas conseqüências.

Sobre este assunto, não há muito, o presidente dos Estados Unidos da América do Norte citou um julgado da Suprema Corte de Justiça de Massa­chusetts, no qual, entre outros princípios de grande importância, se enunciou o de que "o poder inte­lectual só e a formação científica, sem integridade de caráter, podem ser mais prejudiciais que a igno­rância. A Inteligência superiormente instruída, alia­da ao desprezo as virtudes fundamentais, consti­tui uma ameaça". do momento atual se resumem em uma questão de caráter: só pela educação podem ser solucionados.

Convém acentuar. aqui que a consciência reli­giosa corresponde, neste particular, ao fator prin­cipal na formação dos caracteres. Já de propósito usamos a expressão - consciência religiosa - ao invés de religião, para que se não confundam idéias distintas entre si. Religiões há muitas, mas a cons­ciência religiosa é uma só: Por essa designação entendemos o império interior da moral pura, uni­versal e imutável conforme foi ensinada  e exem­plificada por Jesus Cristo. A consciência religiosa importa em um modo de ser, e não em um modo de crer.

É possível que nos objetem: mas, a moral cris­tã é tão velha, e nada tem produzido de eficiente na reforma dos costumes. Retrucaremos: não pode ser velho aquilo que não foi usado. A moral cristã é, em sua pureza e em sua essência, desconhecida da Humanidade. Sua atuação ainda não se fez sen­tir ostensivamente. O que se tem espalhado como sendo o Cristianismo é a sua contrafação. Da sanção dessa moral é que esta dependendo a felicidade hu­mana sob todos os aspectos.

O intelectualismo repetimos, não resolve os grandes problemas sociais que estão convulsionando o mundo. O fracasso da Liga das Nações é um exem­plo frisante; e, como esse, muitos outros estão pa­tentes para os que têm olhos de ver.

Bem judiciosas são as seguintes considerações de Vieira sobre o inestimável valor da educação sob seu aspecto moral:

"Em todas as ciências é certo que há muitos erros, dos quais nasce a diferença de opiniões; em todas as ciências há muitas ignorâncias, as quais confessam todos os maiores letrados que não com­preendem nem alcançam. Pois se veio a Sabedoria divina ao mundo, por que não alumiou estes erros, por que não tirou estas ignorâncias? Porque errar ou acertar em todas as matérias, sabê-las ou não as saber, pouca coisa importa; o que só importa é saber salvar, o que só importa é acertar a ser bom: e isto é o que nos veio ensinar o Filho de Deus. Nem ensinou aos filósofos a composição dos conti­nentes, nem aos geômetras a quadratura do círculo, nem aos mareantes a altura de Leste e Oeste, nem aos químicos o descobrimento da pedra filosofal, nem aos médicos as virtudes das ervas, das plantas e dos mesmos elementos; nem aos astrólogos e as­trônomos o curso, a grandeza, o número e as in­fluências dos astros: só nos ensinou a ser humildes, só nos ensinou a ser castos, só nos ensinou a fugir da avareza, só nos ensinou a perdoar as injúrias, só nos ensinou a sofrer perseguições pela causa da justiça, só nos ensinou a chorar e aborrecer o pe­cado e amar e exercitar a virtude; porque estas são as regras e as conclusões, estes os preceitos e os teoremas por onde se aprende a ser bom, a ser jus­to, que é a ciência que professou e veio ensinar o Filho de Deus."

É de semelhante espécie de ensino que preci­sam os homens de nossos dias. Demasiada importância se liga às várias moda­lidades do saber, descurando-se o principal, que é a ciência do bem.

Os pais geralmente se preocupam com a car­reira que os filhos deverão seguir, deixando-se im­pressionar pelo brilho e pelo resultado utilitário que de tais carreiras possam advir. No entanto, dei­xam de atentar para a questão fundamental da vida, que se resolve em criar e consolidar o caráter. An­tes de tudo, e acima de tudo, os pais devem curar da educação moral dos filhos, relegando às inclina­ções e vocações de cada um a escolha da profissão, como acessório.
A crise que assoberba o mundo é a crise de ca­ráter, responsável por todas as outras.

O momento reclama a ação de homens hones­tos, escrupulosos, possuídos do espírito de justiça e compenetrados das suas responsabilidades.

Temos vivido sob o despotismo da inteligência. Cumpre sacudir-lhe o jugo fascinador, proclamando o reinado do caráter, o império da consciência, da moral e dos sentimentos.

Autor: Pedro de Camargo (Vinicius)educador e divulgador espírita brasileiro. Os seus trabalhos na área da Educação são até hoje referência sobre o assunto. Adotou o pseudônimo de Vinícius e por mais de cinqüenta anos serviu ao movimento espírita brasileiro, sendo considerado um de seus expoentes no Estado de São Paulo.