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segunda-feira, 30 de julho de 2012

DILEMAS MORAIS


Nossa sociedade vive uma crise de valores. Há notícias de corrupção nos mais variados setores. Entre a tentação e o dever, a primeira tem prevalecido. Esse clima pode gerar descrença no futuro. Contudo, uma pequena retrospectiva histórica auxilia a manter a esperança.

Embora de forma lenta, a Humanidade vem refinando seus valores. Há pouco tempo eram admitidas práticas hoje amplamente repudiadas. Por exemplo, a escravidão, a prisão por dívidas e o assassinato como forma de defesa da honra. A igualdade da mulher perante o homem constitui conquista recente da Civilização.

Por certo, um padrão ilibado de conduta permanece distante da ampla maioria das pessoas. A honestidade ainda é uma casca muito fina a encobrir o desejo de levar vantagem. Se há a perspectiva de lucrar indevidamente, sem ser apanhado, muitos sucumbem. E tal se dá nos mais variados planos da existência humana.

São comuns condutas sexuais desequilibradas, traições conjugais e profissionais, fofocas e trapaças. As pessoas se permitem tais desvirtuamentos na crença de que assim agem na conquista da felicidade. Ocorre que não há felicidade sem paz e nem paz sem consciência tranquila.

A tranquilidade da consciência, por sua vez, pressupõe o dever bem cumprido 
Consequentemente, traições, mentiras, preguiça e desonestidade não trazem felicidade para ninguém.

Muitos se perguntam a razão pela qual os anseios do coração tão frequentemente conflitam com o dever. É como se a vida negasse deliberadamente o que a criatura considera o ideal para ser feliz.

De um lado há o homem velho, tentado pela perspectiva de cometer novamente antigos equívocos. De outro, um elaborado projeto de disciplina e engrandecimento pessoal.

Se você deseja ser feliz, jamais titubeie entre a tentação e o dever.

Perante um dilema moral, adote a conduta mais digna possível, mesmo que penosa. O comportamento digno e o cumprimento do dever o libertarão do passado e o habilitarão a vivências sublimes.

Pense nisso.

Adaptado do texto espírita Dilemas Morais

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A COMUNICAÇÃO


Como meus amigos e leitores sabem gosto de conversar com meus alunos e amigos. Às vezes isto acontece formalmente na sala de aula, outras vezes num barzinho tomando um chopp gelado, outras vezes, ainda, pela “Skype”. Não importa, o que vale é que nós estarmos juntos, comunicando nossas ideias e reflexões.

Conversando com alguns ex-alunos do curso de pós-graduação em marketing surgiu uma discussão sobre a comunicação em nosso país. Alguns afirmavam que ela estava pior, outros melhor, mas todos concordavam que a comunicação apresenta um variadíssimo número de formas, e pode, naturalmente, ocorrer de pessoa para pessoa, de pessoa para grupo, de grupo para grupo, e vice-versa.

Também concordavam que o grupo social é formado por um certo número de pessoas que vivem em permanente interação. A empresa, a família, grupo religioso etc. são grupos sociais, pois têm uma base permanente e um número de pessoas cujas vidas estão bastante interligadas. Para esse grupo, ou qualquer outro, atingir seus objetivos, é indispensável que haja comunicação...

Como pressenti que o assunto acabaria em discussão sobre política,  interrompi para contar-lhes uma história. E essa tinha muito a ver sobre o assunto discutido e ainda servia para enriquecer cada um de nós... Diz ela:

Um publicitário passava por um mendigo cego todos os dias de manhã e à noite e dava-lhe sempre alguns trocos. O cego trazia pendurado no pescoço um cartaz com a frase:
"Cego de Nascimento. Uma esmola, por favor.”

Certa manhã, o publicitário teve uma ideia: virou o letreiro do cego ao contrário e escreveu outra frase. À noite, depois de um dia de trabalho, perguntou ao cego como é que tinha sido o seu dia. O cego respondeu muito contente:

– Até parece mentira, mas hoje foi um dia extraordinário. Todos que passavam por mim deixavam alguma coisa. Afinal, o que é que o senhor escreveu no letreiro? O publicitário havia escrito uma frase breve, mas com sentido e carga emotiva suficiente para convencer os que passavam a deixarem algo para o cego. A frase era: "Em breve chegará à primavera e eu não poderei vê-la”.

A maioria das vezes não importa o que se diz, mas como se diz. Por isso tenha cuidado na forma como fala com as pessoas, pois tem muito peso naquilo que quer dizer.

Pense nisto!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL


Um velho amigo comentava comigo como a ética em nosso país anda “esquecida”. As pessoas filam filas, subornam um guarda quando a documentação do carro está errada, fingem que estão dormindo no metro ou no ônibus quando entra um idoso ou deficiente etc.

Lembrou que tudo isso aprendíamos em casa e na escola. Hoje, se um aluno é punido ou repreendido por uma ação errada, no dia seguinte os pais aparecem “munidos” de advogados, psicólogos, ONG´s e outras mais para “punir” o professor...

A grande culpa de tudo isto é a família. Ninguém mais senta à mesa num final de semana;  conversa para saber o que seu filho anda fazendo ou como está indo no escola...

Foi neste momento que interrompi o desabafo do amigo para contar-lhe uma história de J. P. Lenfestey que ouvi há muito tempo. Chama-se “Uma Pescaria Inesquecível”. A meu ver, é isto que precisa o nosso país.

Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.

Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.

O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio. Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

– Você tem que devolvê-lo, filho!
– Mas, papai, reclamou o menino.
– Vai aparecer outro, insistiu o pai.
– Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura. O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite. Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.

Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa. A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.

Texto: Uma Pescaria Inesquecível, de James P. Lenfestey, do livro Histórias para Aquecer o Coração dos Pais

sábado, 7 de julho de 2012

A TAREFA DO LÍDER É DESENVOLVER LÍDERES.


A liderança partilhada num mundo em mudança, em que as empresas devem ser revolucionárias, foi a tônica das intervenções. Ouvimos a sua lição de Peter Drucker sobre o assunto e resumimos o essencial.

Todas as organizações precisam de líderes, mas muitas delas negligenciam o seu desenvolvimento. Discuti com o líder de uma empresa japonesa, que morreu na década de 80 e com quem trabalhei durante 30 anos, qual era o seu negócio. Ele não disse que eram instrumentos de precisão de alta tecnologia, respondeu: "Desenvolver líderes."

Preocupava-se com os jovens e passava muito tempo a descobrir quais os seus pontos fortes, para lhes atribuir funções onde essas capacidades pudessem produzir resultados, em trabalhos desafiantes onde pudessem aprender e desenvolver-se. Induzia neles o sentido de que esperava que todos os jovens fizessem da sua vida pessoal e profissional uma aprendizagem contínua de si próprios. Registrava as suas expectativas e alguns meses depois lhes dava feedback dos resultados, entretanto, alcançados.

Indagava sempre: "Onde é que esta pessoa pertence?" E atribuía-lhes enormes responsabilidades. Em meados dos anos 60, quando essa empresa era de média dimensão, escolheu um indivíduo para comandar os negócios na Europa. Ele dera provas no domínio técnico, mas não falava uma palavra de outra língua que não o japonês. A mim parecia-me um enorme risco nomear essa pessoa, mas ele respondeu:

"Não estou a arriscar, estou a pô-la onde ela pertence."Ele estava certo. Em poucos anos a Europa tornou-se a origem de 40% das vendas da empresa (superior às vendas no mercado doméstico, o japonês), no valor de 180 milhões de contos. Hoje é o presidente executivo responsável pela região europeia.

Costumava enfatizar que a responsabilidade última era dele, enquanto presidente executivo, e que dela não podia abdicar. Se as coisas corriam bem deixava as pessoas ficarem com os méritos, mas se corriam mal chamava a si a responsabilidade. Em crise não há liderança partilhada: se o barco se está a afundar o capitão não pode convocar uma reunião, tem de dar ordens. Um dos maiores segredos da liderança partilhada é saber quando ser o chefe e quando ser o parceiro.

Não há nada de novo nestes princípios, que encontrará em Aristóteles. Mas por que razão não se encontram mais exemplos destes? Penso que por dois motivos principais. O primeiro é que os gestores de topo receiam perder o poder, querem dominar. Mas os verdadeiros líderes não receiam a força. O outro obstáculo básico é o receio da diferença. Querem pessoas à sua semelhança, esquecendo-se de que só a mediocridade é uniforme. Temos de tolerar e até de cultivar a diversidade.

Isto é cada vez mais relevante, numa altura em que muitas pessoas sabem mais do que o chefe. Este deve aprender a construir uma equipa em que os especialistas tomem a liderança nas áreas em que dominam com superioridade.

Os líderes têm de aprender a lidar com essa realidade e com o fato de trabalharem com pessoas que não controlam (pares, parceiros), a quem não podem dar ordens - só se pode fazer uma equipa de liderança. Tudo isto parece óbvio, mas não é simples. Exige muito, mas, em contrapartida, dá muitas recompensas.

Autora: Isabel Canha - Portugal
Peter Drucker é considerado o pai da gestão. Entre as suas inúmeras obras contam-se As Fronteiras da Gestão e Gerindo para o Futuro. 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

QUAL É A SUA VERDADEIRA VOCAÇÃO?


Se você ainda não sabe qual é a sua verdadeira vocação, imagine a seguinte cena: Você está olhando pela janela, não há nada de especial no céu, somente algumas nuvens aqui e ali... aí chega alguém que também não tem nada para fazer e pergunta:

–Será que vai chover hoje?

Se você responder "com certeza", a sua área é Vendas:  O pessoal de Vendas é o único que sempre tem certeza de tudo.

Se a resposta for "sei lá, estou pensando em outra coisa"... então a sua área é Marketing: O pessoal de Marketing está sempre pensando no que os outros estão pensando.

Se você responder "sim, há uma grande probabilidade"... você é da área de Engenharia: O pessoal de Engenharia está sempre disposto a transformar o Universo em números.

Se a resposta for "depende”... você nasceu para Recursos Humanos: Uma área em que qualquer fato sempre estará na dependência de outros fatos.

Se você responder "ah, a meteorologia diz que não"... você é da área de Contabilidade: O pessoal da Contabilidade sempre confia mais nos dados no que nos próprios olhos.

Se a resposta for "sei lá, mas por via das dúvidas eu trouxe um guarda-chuva": Então, seu lugar é na área Financeira que deve estar sempre bem preparada para qualquer virada de tempo.

Agora, se você responder "não sei"... há uma boa chance que você tenha uma carreira de sucesso e acabe chegando à diretoria da empresa. De cada 100 pessoas, só uma tem a coragem de responder "não sei" quando não sabe. Os outros 99 sempre acham que precisam ter uma resposta pronta, seja ela qual for, para qualquer situação.

"Não sei", é sempre uma resposta que economiza o tempo de todo mundo, e pré-dispõe os envolvidos a conseguir dados mais concretos antes de tomar uma decisão. Parece simples, mas responder "não sei" é uma das coisas mais difíceis de aprender na vida corporativa. Por quê?

Eu sinceramente "não sei".

Autor: Max Gehringer