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terça-feira, 9 de outubro de 2018

UMA HISTÓRIA DA GESTÃO


Quer se trate de negócios, de guerra, de serviços públicos ou de finanças pessoais, os resultados são sempre melhores se a gestão for competente. Sendo uma premissa básica do sucesso, a gestão foi um tema que despertou a atenção de muitos. Acadêmicos, empresários e políticos, desde o início da revolução industrial, começaram a dar grande importância a diversos temas da gestão. A multidisciplinaridade e a complexidade envolvidas no estudo da gestão levaram ao surgimento de diversas correntes de pensamento com enfoques diferentes em função de interesses específicos. Alguns paradoxos e contrariedades da gestão são debatidos até aos dias de hoje.

A que objetivos se dirige o estudo da gestão? Nos negócios, os gestores começaram por dar grande ênfase à eficácia da produção e às finanças. Mais recentemente, a atenção voltou-se para as questões ligadas à compreensão do consumidor e à satisfação do cliente. Na guerra, desde os estudos da Arte da Guerra de Sun Tzu, a gestão volta-se para a análise dos pontos fortes e fracos do inimigo e para a estratégia. A gestão dos serviços públicos foca-se na resolução de problemas sociais. Na gestão das finanças pessoais normalmente procura-se conceber um plano de acumulação de fortuna pessoal ou ajudar a viver dentro de um orçamento familiar.

As primeiras teorias do management - antes do século XX

O medo foi a principal ferramenta utilizada pelos gestores antigos, tais como os senhores dos escravos, que o usavam para forçar o trabalho dos seus trabalhadores. No século XVI, o célebre livro "O príncipe" de Maquiavel defendia o uso do medo como a forma perfeita para liderar pessoas. Ainda hoje, os diferentes tipos de medo são comumente usados pelos gestores medíocres, para colmatar a sua falta de capacidade de liderança: o medo do desemprego, da discriminação e da estagnação profissional são os fatores mais utilizados, principalmente em países subdesenvolvidos e sem segurança social.


A atenção da gestão voltou-se para questões mais científicas quando alguns economistas como Adam Smith se dedicaram a estudar o aumento da produtividade através da divisão do trabalho. Além deste gênero de questões, os economistas também investigaram a forma como as decisões são tomadas na alocação de recursos e na fixação dos preços. Os conceitos de procura, oferta, rentabilidade e o seu impacto na tomada de decisões empresariais foram estudados pelos economistas e ainda hoje são muito relevantes para os gestores de empresas.

Conceitos como o planeamento do trabalho, o controlo da qualidade, o apuramento de custos de produção e a estandardização já eram conhecidos e aproveitados pelos gestores antes do início do século XX. Davam-se os primeiros passos para a gestão profissional.

As teorias de gestão do início do século XX

Durante a primeira metade do século XX, Frederick Taylor defendeu a gestão científica, enquanto Max Weber dava ênfase aos aspectos administrativos.

A gestão científica enfatizava a medição e especificação de atividades e resultados. Procedimentos precisos foram desenvolvidos para realizar tarefas específicas no menor espaço de tempo e ao menor custo possível. Os trabalhadores foram treinados nestes métodos e não eram autorizados a realizar o trabalho da forma que queriam.


A gestão administrativa voltava-se para a organização em vez do desempenho laboral. Defendia-se uma organização hierárquica com níveis de gestão superiores, médios e inferiores e uma cadeia clara de controlo e comando. Enquanto os gestores de topo se encarregavam da estratégia e do planeamento, os gestores de nível médio geriam os supervisores (que eram os gestores de nível mais baixo) que, por sua vez, chefiavam os trabalhadores operacionais (que realmente executavam o trabalho propriamente dito). A liderança era autocrática e cada pessoa na organização seguia as ordens do seu superior direto.

Durante esse período, alguns teóricos como Mary Parker Follet, começavam a reconhecer a importância dos aspectos humanos na gestão.

Teorias Modernas de Gestão

Quando se começou reconhecer que nem toda a sabedoria da organização residia nas cabeças da gestão de topo, uma nova ideia começou a ganhar terreno: todas as pessoas da organização poderiam contribuir muito mais para o seu sucesso se usassem a sua inteligência. Assim, gradualmente, a gestão descentralizou-se. Além do fator inteligência, o crescente poder dos sindicatos e as políticas promulgadas pelos governos democráticos, obrigaram os gestores de empresas a preocuparem-se mais com o lado humano da organização.


Os princípios da ciência comportamental que estudam a forma como as pessoas se comportam em diferentes contextos foram aplicados na gestão. Além do simples sistema recompensa -punição, outras formas de comprometer as pessoas como os objetivos da organização começaram a ser exploradas. As pessoas na organização são hoje reconhecidas como um recurso importante, certamente o mais importante, e o desenvolvimento da gestão de pessoas tornou-se uma área de principal enfoque dos gestores.

Embora a abordagem das ciências do comportamento na gestão de pessoas seja atualmente uma das principais teorias modernas de gestão, o lado "duro" continua no topo das prioridades dos gestores. 
Por isso, a mentalidade numérica, que visa a eficiência, a produtividade e o lucro, fomentou uma enorme série de teorias que têm sido desenvolvidas na gestão das empresas: Total Quality Management (TQM), Just-in-Time (JIT), Lean Manufacturing, Supply Chain Management (SCM), Customer Relationship Management (CRM), Business Process Reengineering (BPE), Product Lifecycle Management (PLM), Six Sigma (6σ) e Learning Organization são apenas uma algumas dessas abordagens.
Enquanto as organizações hoje são imensamente mais complexas, e essa complexidade continua a impulsionar a proliferação de abordagens de gestão, não podemos esquecer um dos principais fatores que mais contribuiu para o desenvolvimento das modernas teorias de gestão: o ambiente de negócios em rápida mutação. As empresas tornaram-se globais, as questões ambientais estão no topo da agenda dos gestores das multinacionais, a mobilidade e a ubiquidade da informação expuseram as empresas a uma concorrência mais feroz do que nunca.

Uma compreensão clara dos princípios das teorias de gestão e uma abordagem orientada para pontos de constrangimento pode ajudar o gestor moderno a lidar com cenários de mudança rápida e bastante confusos que caracterizam os negócios dos nossos tempos.

Pense nisto e tenha uma ótima semana!


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