Quando comecei a trabalhar como
consultor, no início de 1980, fui informado que o principal executivo de uma
empresa em Volta Redonda, RJ, desejava conversar comigo. Telefonei para a
empresa e na data marcada compareci a reunião marcada exatamente ás 8 horas.
O “executivo” resolveu me dar
um cansaço: só me atendeu às 15 horas, sem a menor desculpa.
É claro que minha vontade de
ter ido embora era muita, mas como costumo dizer para meus alunos de
pós-graduação que se eu não vivenciar
momentos bons e ruins, provavelmente, minhas aulas serão muito monótonas, pois
não terei nada para contar para eles.
Mas voltando ao “executivo”
após de forma muito formal falar sobre às necessidades de sua empresa, propôs
que eu trabalhasse para sua empresa,
apresentando recomendações e implantando aquelas soluções que ele aprovasse. O
trabalho teria a duração de seis meses. Se ele gostasse do meu trabalho ele me
pagaria se não gostasse...
Nessa altura já estava dado o
contato como perdido, mas aproveitei para “brincar” um pouco com a situação: propus ao “executivo” que eu escolhesse numa
de suas lojas uma série de produtos e levasse para minha casa. Se, no final de seis
meses eu gostasse dos produtos eu o pagaria, se não...
Ele se levantou dando o contato
como encerrado.
Este tipo de conversa é comum:
pessoas que querem lhe contratar e dizem que não tenham dinheiro para lhe pagar
e ainda argumentam que “você tem
obrigação em ajudar outras empresas”.
Estas pessoas esquecem que o
consultor é um profissional que vive do seu trabalho assim como eles. O seu
“produto” é o conhecimento e a aplicação deste conhecimento para solucionar um
problema da empresa “custa dinheiro”.
Todo este caso me fez lembrar a
estória de uma velhinha que usava certa solução para receber o que ela achava
justo...
Uma velhinha
caminhava pela calçada arrastando 2 sacos plásticos de lixo. Um dos sacos
estava rasgado e de vez em quando caía uma nota de 20 dólares pelo buraco.
Um policial que
passava a parou e disse: – Senhora tem notas de US$ 20 caindo desse saco
plástico.
– É
mesmo? Que droga, respondeu a velhinha. Melhor eu voltar e ver
se pego as que caíram. Obrigado seu guarda por me avisar.
– Espera aí
senhora, onde conseguiu todo esse dinheiro? A senhora não andou roubando, não?
– Não,
não... sabe seu guarda, o meu quintal dá para um campo de golfe, e um
monte de golfistas vem aqui e urinam por um buraco que tem na minha cerca, direto
no meu canteiro de flores...
– Isso realmente
me incomodava; sabe... matava minhas flores... então eu pensei,
porque não se aproveitar dessa situação?
– Agora eu fico
bem quieta, atrás do buraco na cerca, com a minha tesoura de jardim. Toda vez
que algum golfista enfia o “instrumento” através da minha cerca, eu pego
ele de surpresa, agarro o instrumento e digo: – OK amigão, ou me paga 20
dólares ou eu corto essa coisa!...
– Parece justo,
diz o policial rindo da história.
– OK. Boa sorte!
Mas, a propósito, o que tem no outro saco?
– Bem, você
sabe, diz a velhinha: nem todos pagam!
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