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domingo, 13 de janeiro de 2013

CONVERSA DE CONSULTOR


Quando comecei a trabalhar como consultor, no início de 1980, fui informado que o principal executivo de uma empresa em Volta Redonda, RJ, desejava conversar comigo. Telefonei para a empresa e na data marcada compareci a reunião marcada exatamente ás 8 horas.

O “executivo” resolveu me dar um cansaço: só me atendeu às 15 horas, sem a menor desculpa.

É claro que minha vontade de ter ido embora era muita, mas como costumo dizer para meus alunos de pós-graduação que se eu não vivenciar momentos bons e ruins, provavelmente, minhas aulas serão muito monótonas, pois não terei nada para contar para eles.

Mas voltando ao “executivo” após de forma muito formal falar sobre às necessidades de sua empresa, propôs que eu trabalhasse para sua empresa, apresentando recomendações e implantando aquelas soluções que ele aprovasse. O trabalho teria a duração de seis meses. Se ele gostasse do meu trabalho ele me pagaria se não gostasse...

Nessa altura já estava dado o contato como perdido, mas aproveitei para “brincar” um pouco com a situação: propus ao “executivo” que eu escolhesse numa de suas lojas uma série de produtos e levasse para minha casa. Se, no final de seis meses eu gostasse dos produtos eu o pagaria, se não...

Ele se levantou dando o contato como encerrado.

Este tipo de conversa é comum: pessoas que querem lhe contratar e dizem que não tenham dinheiro para lhe pagar e ainda argumentam que “você tem obrigação em ajudar outras empresas”.

Estas pessoas esquecem que o consultor é um profissional que vive do seu trabalho assim como eles. O seu “produto” é o conhecimento e a aplicação deste conhecimento para solucionar um problema da empresa “custa dinheiro”.

Todo este caso me fez lembrar a estória de uma velhinha que usava certa solução para receber o que ela achava justo...

Uma velhinha caminhava pela calçada arrastando 2 sacos plásticos de lixo. Um dos sacos estava rasgado e de vez em quando caía uma nota de 20 dólares  pelo buraco.

Um policial que passava a parou e disse: – Senhora tem notas de US$ 20 caindo desse saco plástico.

– É mesmo? Que droga, respondeu a velhinha. Melhor eu voltar e ver se pego as que caíram. Obrigado seu guarda por me avisar.

– Espera aí senhora, onde conseguiu todo esse dinheiro? A senhora não andou roubando, não?

– Não, não... sabe seu guarda, o meu quintal dá para um campo de golfe, e um monte de golfistas vem aqui e urinam por um buraco que tem na minha cerca, direto no meu canteiro de flores...

– Isso realmente me incomodava; sabe... matava minhas flores... então eu pensei, porque não se aproveitar dessa situação?

– Agora eu fico bem quieta, atrás do buraco na cerca, com a minha tesoura de jardim. Toda vez que algum golfista enfia o “instrumento” através da minha cerca, eu pego ele de surpresa, agarro o  instrumento e digo: – OK amigão, ou me paga 20 dólares  ou eu corto essa coisa!...

– Parece justo, diz o policial rindo da história.

– OK. Boa sorte! Mas, a propósito, o que tem no outro saco?

– Bem, você sabe, diz a velhinha: nem todos pagam!

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