De onde vêm os insights? O que é preciso para uma pessoa ter insights? Por que
algumas pessoas são tão boas em ter insights e outras parecem menos
afortunadas? Será uma questão de sorte? Será uma questão de inteligência? Será
que eu também sou capaz de ter um insight?
Vamos
começar essa conversa, desmistificando o significado da palavra insight.
Segundo
o Dicionário Oxford de Etimologia, insight é uma palavra composta da preposição
IN (dentro) + a palavra SIGHT que é
provavelmente de origem Germânica ou Escandinava e significa: – uma visão mental ou percepção; penetração
através do entendimento.
Segundo
os dicionários, sua origem é datada aproximadamente por volta do ano de 1580.
Como
uma palavra tão simples pode ter tamanho significado? Inovação parece um tema
tão atual, mas as pessoas já tinham insights há quase 500 anos? Na verdade as
pessoas tem insights há muito mais tempo do que isso. Um insight é um fenômeno
natural humano oriundo da capacidade do homem de raciocinar, questionar e de
refletir sobre temas, mesmo que a linguagem não tenha meios de expressá-lo. Em
Português, por exemplo, não temos uma palavra para expressar o significado de
insight, por isso tomamos essa expressão emprestada do inglês e incluímos e
nosso próprio dicionário. Segundo o Dicionário Moderno da Língua Portuguesa
Michaelis, insight significa: 1. Poder de
discernimento e compreensão das coisas. 2 Conhecimento intuitivo repentino para
a solução de um problema.
Ah!
Então insight tem a ver com intuição!
A
capacidade de um indivíduo de ter um “insight” está ligada diretamente à sua
capacidade de exercitar sua intuição na busca de sentido e compreensão do mundo
à sua volta. Segundo o IIT, Institute of Design, uma das mais respeitadas
escolas de Design do mundo: – Insight é
uma interpretação (conclusão que você tirou) que explique um fato na totalidade
ou em parte e/ou porque esse fato acontece. Um bom insight precisa ser um
acontecimento novo, diferente ou um fato que ocorra freqüentemente. Gosto
da definição do Institute of Design porque traz um elemento novo para essa
explicação: “Por que?”.
Uma
confusão muito comum é pensar que um insight significa encontrar uma solução,
um insight significa ter a intuição sobre qual é o problema central que, se
resolvido, será transformado em uma solução que irá gerar uma inovação. Enfim,
um insight é o encontro do ser humano com a essência do problema.

Mas
vocês devem estar pensando agora mesmo: – “Ah,
mas os tempos são outros. É impossível ter insights! No dia-a-dia das nossas
organizações não temos tempo para pensar. Nós temos clientes para atender,
problemas para resolver, temos que vender e meu chefe ainda me cobra sobre
idéias para inovar e nos diferenciar da concorrência. Na minha vida pessoal
quero dar uma melhor educação para meus filhos, tenho que manter meu
relacionamento com minha/meu esposa/marido, tenho que me provar como
profissional, quero crescer profissionalmente, tenho que lidar com meu chefe
etc.
Nossa!
Quanta oportunidade para se ter um insight, ou uma chuva deles! A verdade é que
pensar não demanda tempo adicional. Já estamos pensando o tempo todo em nossos
problemas. É uma coisa que fazemos inconscientemente. A questão é que a nossa
mente não está preparada para pensar de forma sistemática sobre esses
problemas. Normalmente focamos nos efeitos dos problemas e não em sua essência,
em “porque” uma determinada coisa acontece.
Enfim,
como vimos, todas as pessoas são capazes de ter insights. Vimos também que ter
um insight não é encontrar uma solução, mas ter a intuição sobre qual é o
problema e porque ele acontece. Então, todas as pessoas são capazes de ter
insights que podem levar à inovação, é uma questão de prática. Bons insights
não são descobertos, eles são desenvolvidos.
Aqui
tem 3 dicas para você exercitar sua capacidade de gerar e desenvolver insights
vencedores:
Questione
Seja
curioso. Não só sobre o seu trabalho ou negócio, mas seja curioso sobre o
mundo. Pergunte porque as coisas acontecem, como funcionam e porque elas
existem. Pessoas com maior capacidade de geração de insights são pessoas
ecléticas e profundas observadores do mundo em diversas disciplinas.
Crie
Tire
suas próprias conclusões sobre um tema. Crie seu próprio ponto-de-vista e
as hipóteses sobre porque você acha que um determinado fato acontece. Escreva suas hipóteses de forma concisa. Um formato que gosto é o formato de perguntas, pois elas ajudam a compartilhar o pensamento de forma construtiva e convidam outras pessoas a participar.
as hipóteses sobre porque você acha que um determinado fato acontece. Escreva suas hipóteses de forma concisa. Um formato que gosto é o formato de perguntas, pois elas ajudam a compartilhar o pensamento de forma construtiva e convidam outras pessoas a participar.
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Esteja
preparado para compartilhar seus pontos-de-vista com outras pessoas, e, acima
de tudo, esteja preparado para ouvir os pontos-de-vista dos outros. Não tente
defendê-los, isso não é uma batalha de egos. Explore porque aquela pessoa pensa
daquela forma e teste suas premissas em um ambiente real. Tente destruí-las sem
medo de estar errado, pois os erros são cruciais para o melhor desenvolvimento
de um insight.
Esse é
um processo cíclico que se retro-alimenta. Execute-o quantas vezes forem necessárias,
refinando e desenvolvendo seus insights até transformá-los em insights
vencedores. Qual a hora certa de parar? Não existe hora certa. Quando mais você
pensar e compartilhar, mais rico será o seu insight. Mas como saber se um insight
está pronto e se ele é realmente um insight vencedor? Não existe formula
mágica. Use a sua intuição. Garanto que você saberá quando você tiver um
insight vencedor nas mãos. Essa é a beleza da inovação. É trilhar caminhos que
ninguém trilhou, é navegar na complexidade e na incerteza. É mergulhar no desconhecido.
Benvindo
ao mundo da inovação!
Autor: José Melo - http://www.3minovacao.com.br/blog/
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