Prof.A.Marins |
Receber uma crítica não fácil,
mas fazer a crítica nem sempre é tarefa das mais simples. Basta fazer um
levantamento mental: quantos chefes você já teve que eram mestres na arte de
dar o famoso feedback? E você, sabe dizer o que realmente significa
a expressão?
Feedback, segundo o especialista
em gestão comportamental aplicada ao mundo dos negócios Luiz Fernando Garcia,
não é queixa, bronca, conselho ou mesmo lição de moral. Ele é, na verdade, (ou
deveria ser) uma ferramenta para que comportamentos impróprios sejam alterados
e as relações entre pessoas se tornem mais fáceis.
“Muitas vezes a conversa que
tinha como intenção ajeitar as coisas, tem o efeito contrário e apenas coloca
mais lenha na fogueira”, diz Garcia.
Luiz F. Garcia |
A psicóloga Fela Moscovici,
autora de livros sobre o tema, aponta dois caminhos essenciais para que o “tiro
não saia pela culatra”: ser descritivo, em vez de.
Fela Moscovici |
Ser descritivo significa ir direto
aos fatos, sem julgamentos à atitude dos envolvidos. Dizer “aquele equipamento
que custou 20 mil reais” é melhor que dizer “aquele equipamento que custou uma
fortuna”. Para ser a específico, descreva situações em que a outra pessoa tenha
agido de maneira inadequada, sem a utilização de expressões generalistas como
“você foi grosseiro” ou “você não sabe guardar dinheiro”. O mesmo vale para as
situações em que o funcionário agiu da maneira correta.
Outra dica importante para um
“feedback bem dado” é a montagem de um pequeno roteiro. “É necessário que haja
respeito entre os envolvidos, com o desejo real de que o outro apenas melhore.
Por isso, jamais entre em uma conversa de feedback achando que é o dono da verdade.
Sempre há os dois lados”, avalia Garcia.
Etapa
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Como fazer
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Por quê?
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Preparação
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Reflita
cuidadosamente sobre o que pretende falar. Faça um balanço de aspectos positivos
e negativos.
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Preparar-se
com antecedência faz com que os fatos mais importantes sejam privilegiados na
conversa e listar os pontos positivos ajuda a quebrar a resistência.
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Escolha do ambiente
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A conversa deve ser em um ambiente neutro, de
preferência na sala de quem vai receber o feedback, sem interrupções.
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O local adequado ajuda a diminuir a tensão. É fundamental
que telefonemas ou secretárias, por exemplo, não interrompam.
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Definição das regras
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Enquanto um se pronuncia, o ideal é que outro
anote todas as observações e fale somente depois. Em seguida, os papéis se
invertem.
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Respostas
de bate-pronto geram tensão. Com a espera, a impulsividade é controlada e há
tempo para assimilar o que foi dito. Quem propôs o feedback deve deixar o
outro à vontade para começar, caso prefira.
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Início da conversa
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Destaque as qualidade de quem ouve, antes de
cobrar algo.
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Isso ajuda a quebrar a
resistência de quem escuta. |
Cuidado com o tom
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Use exemplos específicos e não adjetivos
genéricos como "egoísta" ou "preguiçoso". Também é melhor
dizer “eu me sinto desconfortável com essa situação” em vez de “você é isso
ou aquilo”.
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É uma maneira de manter a objetividade da conversa
e de desarmar as defesas do outro, sem causar irritação.
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Momento de ouvir
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Não interfira enquanto o outro se posiciona.
Ouça, anote e espere sua vez de falar.
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Aguardar o momento certo para se pronunciar demonstra
maturidade e interesse verdadeiro de melhorar.
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Finalização
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Depois
de tudo dito, é fundamental que haja um reforço dos pontos principais do feedback
– tanto dos negativos quanto dos positivos.
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Isso ajuda a organizar o pensamento e selecionar
o mais importante da conversa (que dura cerca de 40 minutos).
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Pense nisto e tenha uma ótima semana!
Um comentário:
Sempre esclarecedor ,interessante e produtivo.Parabéns Professor Marins.
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