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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CONVERSA DE CONSULTOR



Quando comecei a trabalhar como consultor, no início de 1980, fui informado que o principal executivo de uma empresa em Volta Redonda, RJ, queria conversar comigo. Telefonei para a empresa e na data marcada compareci a reunião exatamente ás 8 horas.

O “executivo” resolveu me dar um cansaço: só me atendeu às 15 horas, sem a menor desculpa.

É claro que minha vontade de ir embora era muita mas, como costumo dizer para meus alunos de pós-graduação, se eu não vivenciar momentos bons e ruins, provavelmente, minhas aulas serão muito monótonas, pois não terei nada para contar a eles.

Mas voltando ao “executivo” após de forma, muito formal falar sobre as necessidades de sua empresa, propôs que eu trabalhasse para sua empresa, apresentando recomendações e implementando soluções, pelo prazo de 6 meses. Se ele gostasse do meu trabalho ele me pagaria se não gostasse...

Nessa altura já estava dado o contato como perdido, mas aproveitei para brincar um pouco com a situação: propus ao “executivo” que eu escolheria numa de suas lojas uma série de produtos e levaria para minha casa. Se, no final de 6 meses eu gostasse dos produtos eu o pagaria, se não...

Ele levantou-se dando o contato por terminado.

Hoje recebi um texto de um amigo meu, também consultor, contando a estória de uma velhinha que de certa forma se aplica ao caso...

Uma velhinha caminhava pela calçada arrastando 2 sacos plásticos de lixo. Um dos sacos estava rasgado e de vez em quando caía uma nota de 20 dólares  pelo buraco.

Um policial que passava parou-a e disse: – Senhora, tem notas de 20 caindo desse saco plástico.

– É mesmo? Que droga respondeu a velhinha. Melhor eu voltar e ver se pego as que caíram.. obrigado seu guarda por me avisar.

– Espera aí senhora, onde conseguiu todo esse dinheiro? A senhora não andou roubando, não?

– Não, não... sabe seu guarda, o meu quintal dá para um campo de golfe... e um monte de golfistas vem aqui e urinam por um buraco que tem na minha cerca, direto no meu canteiro de flores...

– Isso realmente me incomodava; sabe... matava minhas flores... então eu pensei, porque não se aproveitar dessa situação?

– Agora eu fico bem quieta, atrás do buraco na cerca, com a minha tesoura de jardim. Toda vez que algum golfista enfia o “instrumento” através da minha cerca, eu pego ele de surpresa, agarro o  instrumento e digo: – OK amigão, ou me paga 20 dólares  ou eu corto essa coisa!...

– Parece justo, diz o policial rindo da história.

– OK. Boa sorte! Mas, a propósito, o que tem no outro saco?

– Bem, você sabe, diz a velhinha: nem todos pagam!

Só lamento que aquele “executivo” não era vizinho da velhinha e jogasse golfe, pois eu teria dado um presente especial para a ela!

2 comentários:

Edson Salvio Júnior disse...

Como sempre brilhante professor!!!

Perfil disse...

Muito obrigado. Mande um texto seu para ser publicado.