Levante a mão
quem não se preocupa, nestes tempos de excesso de informações, com economia de
tempo e produtividade na empresa. Nada mais comum do que executivos em busca de
fórmulas mágicas que tornem suas equipes capazes de atingir um rendimento
melhor. O que poucos percebem é que economizar tempo com atividades
operacionais é fácil. Depende basicamente de organização. O difícil é aumentar
a chamada produtividade intelectual - aquilo que poderia ajudar as pessoas a
tomar decisões corretas e objetivas mais rapidamente.
Você já parou
para pensar como seria produtivo avaliar uma situação dominando em nossas
mentes os sentimentos e impressões de otimismo e pessimismo? Como as reuniões
de trabalho seriam mais curtas se os participantes se preocupassem em tomar
decisões com base num posicionamento correto e não em suas opiniões pessoais?
É aí que um
clássico do mundo empresarial - e não um novo modismo - pode
ajudar. Trata-se
do livro Six Thinking Hats (traduzido
para o português como A Técnica dos Seis Chapéus), do psicólogo americano
Edward de Bono, pai do chamado pensamento lateral e um dos maiores
especialistas mundiais em criatividade. Bono pesquisou o pensamento humano por
mais de 40 anos. De seus estudos tirou sábias conclusões. Entre elas, a de que
existem seis posturas básicas a ser consideradas quando ouvimos alguém. Todas
essas posturas são igualmente importantes e, se você as considerar num mesmo
processo, aumentam suas chances de tomar uma decisão acertada. (Nos trabalhos
em equipe, elas podem multiplicar a capacidade de gerar resultados.)
Outra conclusão:
as pessoas têm maneiras diferentes de combinar os pensamentos. Segundo Bono, é
possível descobrir a maior e menor competência na maneira particular de pensar.
O resultado é que podemos aprimorar um tipo de pensamento como vantagem
competitiva.
Para lapidar um
pensamento, devemos representá-lo como se fosse uma peça teatral. Nosso cérebro
responde muito bem a esse tipo de estímulo, tornando-se capacitado para
construir e reformular padrões. Para caracterizar a encenação, Bono indica o
uso do chapéu como objeto símbolo. A técnica dos seis chapéus do pensamento é
um recurso capaz de fazer com que você pense bem melhor, solucione de maneira
adequada os seus problemas e economize tempo. Cada chapéu representa uma
postura:
O branco é
neutro e objetivo. Traduz fatos concretos e números. A pessoa que o utiliza
busca dados e faz questionamentos sobre o assunto.
O vermelho
sugere fortes emoções e intuição. Representa a visão emocional. Quem o usa é
capaz de falar sobre sensações.
O preto é
lógico-negativo e sombrio. Com o seu uso, você só enxerga as desvantagens do
processo.
O amarelo
representa o pensamento lógico-positivo. A pessoa que o coloca busca o lado bom
da situação.
O verde sugere
abundância e fertilidade. Seu dono é criativo e cheio de novas ideias.
O azul é frio,
capaz de coordenação. Expressa capacidade de organização e controle do processo
de pensar.
Como usar isso
na sua empresa? Seções de brainstorming são um bom espaço para teatralizar a
técnica de Bono. Inicie com o chapéu branco (real ou virtual, mas sugiro o real
para que a atividade seja lúdica e, assim, mais instrutiva). Conte às pessoas
como o 'ser de chapéu branco' pensa, qual sua postura diante de uma ideia ou
questionamento. Durante 5 a 10 minutos, anote todas as informações que o grupo
conseguir gerar usando o chapéu branco. Estimule sua equipe a produzir o maior
número de pensamentos possível. Em seguida, troque para o chapéu vermelho, o
amarelo, o preto, o verde e finalize com o azul. Essa é a sequencia de cores
sugerida aos iniciantes.
Os resultados
são surpreendentemente eficazes. As pessoas aprendem a ter disciplina na forma
de pensar, separando o positivo do negativo, fatos e números de emoções. A
técnica também vale para encontrar soluções e gerar novas ideias. Os ganhos
mostrarão que os clássicos nunca morrem e podem ser de grande valia quando
buscamos maior competitividade.
Autor: Jimmy Cygler, CEO da Proxis – Presidente da Resolve! Global Marketing – Professor do
MBA da ESPM por 13 anos – Articulista da Exame – Consultor especialista em
Empresas Familiares – Autor do livro “Quem
mexeu na minha vida?”, da editora Campus – Jimmy@resolvenet.com.br
Um comentário:
Muito bom Professor . Seus artigos são excelentes !
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