Quantos
termos militares você conhece que se tornaram diários? Por exemplo, termos como
“lutando contra as ameaças” ou “engajar-se numa guerra de preços”, “fazer uma
guerra preventiva” etc.
A
guerra e os negócios são muitas vezes comparados e contrastados.
Certamente
você já leu livros como A Arte da Guerra,
escrita no Século VI, por Sun Tzu ou As
36 Estratégias Chinesas, escrita e reescrita ao lingo e 5.000 anos e pensar
como isso pode ser aplicado à estratégia de negócios.
Quando
o ex-coronel da Força Aérea dos Estados Unidos, John Boyd desenvolveu seu
modelo para tomada de decisões, a sua aplicação potencial de negócios logo se
tornou latente.
Boyd
desenvolveu seu modelo depois e analisar o sucesso do F-86, avião de combate
americano, em comparação com o MIG 15. Embora o MIG tenha sido mais rápido e
poderia se transformar no melhor, o avião norte-americano ganhou mais batalhas
porque, de acordo com Boyd, o campo de visão do piloto era muito superior.
Este
melhor campo de visão deu ao piloto uma clara vantagem competitiva, pois ele poderia avaliar melhor a situação
melhor e mais rápida do que o seu oponente. Por conseguinte, ele poderia
manobrar rapidamente e ficar fora do inimigo.
Muitas
vezes o sucesso nos negócios vem da rapidez de estar um passo à frente da concorrência
e, ao mesmo tempo, estar preparada para reagir aos que eles fazem.
Com
a comunicação global agindo em tempo real, melhorias rápidas em curso em Tecnologia
da Informação e da turbulência econômica, tudo que uma organização precisa,
para manter a atualização e revisão e suas estratégias para manter o ritmo
ajustado às mudanças é um modelo que lhes permita tomar decisões rápidas e
eficientes.
Compreendendo o Ciclo OODA
O
Ciclo OODA é um modelo que consigna um ciclo de decisão de quatro pontos que
apoia uma tomada de decisão rápida, eficaz e proativa. Estes quatro pontos são:
- Observar – recolher as informações atuais através de todas as fontes possíveis e disponíveis.
- Orientar – analisar a informação recolhida e utilizá-la para atualizar a sua realidade
- Decidir – decidir o curso da ação
- Agir – implementar a sua decisão
Na
visão do coronel Boyd, o inimigo (e nós próprios) seria como um sistema que age
através de um processo de tomada de decisões com base nas observações do mundo
em redor. Para orientar o sistema para ameaças percebidas, o inimigo iria
observar as circunstâncias que acontecem e reunir informações externas.
A
fase de orientação do ciclo é o passo mais importante, porque se o inimigo
percebe as ameaças erradas ou percebe de forma errónea o que se está a passar
no ambiente que o rodeia, irá orientar o seu pensamento (e forças) nas direções
erradas e, em última instância, fazer decisões incorretas. Boyd diz que este
ciclo de tomada de decisões poderá operar a diferentes velocidades para o
inimigo e para a sua organização. O objetivo deverá ser completar o seu processo
OODA mais rapidamente do que o inimigo e tomar medidas para prolongar o
processo do inimigo. Tenta-se conduzir muitos mais ciclos "dentro" do
ciclo OODA do inimigo, fazendo com que este não consiga reagir ao que lhe está
a acontecer. Contudo, enquanto a rapidez é importante também o é o melhoramento
das suas capacidades de análise e da sua habilidade para ver o que está
realmente a acontecer.
O
coronel Boyd diz que o Ciclo OODA do inimigo pode ser aumentado através de
diferentes meios. O objetivo de Boyd é gerar centros "não
cooperantes" de gravidade para o inimigo através da ambiguidade, enganos,
circunstâncias novas, manobras rápidas e transigentes. Isolando os centros de
gravidade do inimigo e desenvolvendo desconfiança e coesão dentro do sistema
(tornando-os "não cooperantes"), fará com que a fricção aumente de
forma exponencial, a paralisia do sistema irá instalar-se e o inimigo irá
entrar em colapso. Ao atacar o processo de pensamento do inimigo/concorrente, a
sua moral e o seu processo de tomada de decisões será despedaçado.
O
Ciclo OODA não é um sistema estático ou linear de "faz isto, depois aquilo,
depois aquilo": precisa de ser um processo contínuo e mais suave. O objetivo
deste modelo é aumentar a rapidez com a qual se orienta e reorienta baseada nas
informações que recebe. Você quer estar apto a fazer uma transição, direta e
suave, entre o que observa, como interpreta essa informação e o que faz com
essa informação. Quando consegue fazer esta transição rapidamente, está em
posição de ser proativo e pode obter vantagens em oportunidades que a sua concorrência
nem sequer ainda ouviu falar. Boyd denominou isto de "operar dentro do
Ciclo OODA dos seus oponentes". Aqui, o seu concorrente está a
movimentar-se muito devagar e simplesmente a reagir às mudanças do ambiente que
o rodeia. Por oposição, você está a trabalhar na ofensiva, fazendo ataques,
forçando-o a reagir-lhe.
Em
síntese, seja porque está à procura da sua nova grande oportunidade, porque
quer dar um passo antes da sua concorrência ou apenas porque quer saber qual o
estado atual das coisas, muitas vezes precisa de ser perspicaz e decisivo. O
Ciclo OODA dá-lhe uma boa abordagem para manter esta vigilância e para ser
proativo, num mundo de constantes e rápidas mudanças. Ao utilizar o Ciclo OODA,
pode agilizar a sua tomada de decisão bem como fazer alterações às suas
decisões e estratégias de um modo rápido e decisivo.
Pense nisto e tenha uma ótima semana!
Fontes:
Prof.A.Marins – antomar.marins@gmail.com
Portal Gestão - www.portal-gestao.com
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