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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

GEMBA WALK: SAIBA O QUE ELA PODE FAZER PARA VOCÊ!


Como fazer para saber e entender qual a experiência que os seus clientes estão tendo com os seus produtos? Talvez contratar uma pesquisa de mercado? Essa decisão pode até ser útil. O mais provável é que irá receber um longo relatório, com tabelas, gráficos e figuras e, junto, um sumário executivo anexo, em uma apresentação direcionada e discutida em detalhes.

Mas será que isso é o bastante? Essa ação irá permitir um profundo entendimento da real situação?

Para entender melhor o que está acontecendo a maneira mais adequada é se aproximar da realidade e entender toda a situação com os seus próprios olhos. Para isso, você pode ouvir os clientes, melhor ainda, se for possível, ouvir sem o formato artificial de uma “pesquisa”.

 

Outra forma, quando viável, é se passar por cliente, fazendo compras, pedindo informações, tirando dúvidas etc.

Assim, esforçando e se colocando na posição do consumidor e experimentando, você mesmo, poderá ter a experiência de consumo efetivamente entendendo o que acontece com o seu negócio. Entendemos que a Gemba Walk, (forçando um pouco) seja bem parecido com ouvir a voz do cliente.


Esse tipo de prática de gestão é chamado de “ir ao Gemba”. Trata-se de uma expressão japonesa que significa “lugar onde as coisas acontecem”. Esse lugar pode ser nos escritórios, numa linha de produção, nas áreas de manufatura, nos laboratórios de desenvolvimento de produtos dentre outros. “Ir ao Gemba” permite aos líderes conseguirem evoluir seus entendimentos e compreensões dos problemas reais, permitindo assim, saltos de melhoria em todos os campos do negócio.

Pensando nisso, hoje iremos trazer a Gemba Walk até você:

O que é?

A Gemba Walk é o termo usado para descrever a observação pessoal do “lugar onde as coisas acontecem”. O termo original em japonês vem de gembutsu, que significa “coisa real”.
  • O princípio fundamental da ferramenta é a observação pessoal;
  • Agregar valor ao “lugar”, observando onde as coisas são feitas, ao contrário de discutir e “observar” diversas situações de uma sala de reunião;
  • Interagir com as pessoas e processos, num espírito de Kaizen (“mudar para melhor”).
Quando falamos de Kaizen, podemos ser um pouco mal compreendidos. Isso porque nos Estados Unidos, os eventos Kaizen e Kaizen eram normalmente pensados como um empurrão de uma semana para que a mudança acontecesse, era geralmente uma mudança radical no desempenho.


A Gemba Walk também pode ajudar a alcançar uma mudança radical, mas o ideal é a frequência na sua utilização , trazendo melhorias incrementais, o que era o conceito original de Kaizen.

O que não se faz?

A Gemba Walk, não pode se transformar em oportunidade para encontrar defeitos nos outros, enquanto esses estão sendo observados. Também não é um tempo ideal para se fazer cumprir a política da empresa (exceto, possivelmente, para os problemas de segurança ou graves violações).

Se for usada de forma punitiva os colaboradores irão perder o interesse, e rapidamente a resistência às mudanças aumentará. Todo o processo na Gemba Walk deve ter uma abordagem de respeito mútuo e o interesse comum de fazer as coisas de forma eficiente, segura, simples e melhor.


Não é o momento para se resolver problemas e fazendo alterações drásticas, tem que se ter em mente que é um tempo de observação, de entrega e de reflexão.

Isso não significa que ideias de melhorias devam ser ignoradas, ao contrário, mas deve-se estar aberto e observar a “coisa real”, procurando visualizar o que está realmente acontecendo.

Se surgirem ideias ou reclamações, é importante anota-las e garantir que sejam analisadas após a Gemba. Esteja atento para não se concentrar somente nos detalhes esquecendo o todo.

Resolvendo problemas com a Gemba

O hábito de resoluções de problemas em sala de reunião deve-se aos poucos serem minimizadas. É necessário ir para a Gemba para trabalhar diretamente com os envolvidos. Com essa mudança de hábito tenta-se trabalhar os problemas e entender as questões importantes de perto, onde elas efetivamente acontecem.

É a mudança de foco na resolução dos problemas. Um deles é o treinamento dos envolvidos mostrando como eles podem resolver problemas entre si, sem o uso de um evento (motivo) para a resolução.


Quanto mais for observado e quanto mais forem resolvidos os problemas em uma caminhada Gemba, mais bem sucedida e duradoura serão as mudanças.

Temos que nos desapegar de conceitos postos.

Gemba Walk e as aquisições de dados

Um argumento frequente que a Gemba Walk enfrenta, é que ela não pode ser tão precisa quanto a um sistema de aquisição de dados, criado usando o controle de processo estatístico para monitorar e melhorar os processos.

Este argumento contra ocorre quando tentamos resolver os problemas em uma metodologia mais complexa. E são mais frequentes em indivíduos novos nas iniciativas da melhoria contínua. Mas, nada impede a utilização do método em conjunto com todos os dados disponíveis.
Que fique claro que a principal diferença entre a Gemba Walk e os dados gráficos, por exemplo, é que na Gemba não há restrições ou filtros com os dados introduzidos. As únicas restrições ou filtros serão os modelos mentais do praticante (por exemplo, noções preconcebidas) que podem causar viés de observação com base em pressupostos de experiências passadas.

Conclusão

O objetivo de ir a Gemba é entender os problemas com profundidade, tendo condições de ajudar a resolvê-los, apoiando e ensinando. Outra consciência fundamental que se deve ter, é a de que ir a Gemba não pode ser algo “esporádico”. Deve ser parte de uma rotina regular, parte do “trabalho padronizado”.

Deve estar preparado para saber enxergar, saber ouvir e saber fazer a pergunta certa. A atitude de mais perguntar (do que afirmar) irá ajudar a entender por que determinadas situações estão acontecendo e como podemos resolver. Sem procurar culpados ou punir. A ida a Gemba não é para intimidar ou punir, mas para apoiar as pessoas e melhorar processos.

É importante que haja uma sólida gestão visual que coloque de forma muito clara as informações mais básicas sobre o que está acontecendo e o que deveria ocorrer nos locais de trabalho.

Para alguns gestores que passam seus dias “apagando incêndios”, basicamente chamando pessoas em suas salas para “darem explicações”, a ida cotidiana e inteligente ao Gemba pode ser uma boa ideia.

A ida correta ao Gemba representa uma mudança radical no modo de gerenciar. Ela concentra e permite a imersão do gestor no mundo real, no lugar onde as coisas importantes acontecem. Onde se cria ou não valor para o cliente.

Pense nisto e tenha uma ótima semana!

Referências de pesquisa:

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