Analisando mais
profundamente as estratégias de fusões e aquisições de várias empresas percebemos que
essas organizações raramente vão mal devido ao marketing praticado por ela ou à
sua maneira de produzir – ou até mesmo às suas finanças. De modo geral, seus
líderes não conseguem enxergar o quanto as empresas adquiridas – ou fundidas –
são completamente distintas de suas organizações e, muitas vezes, obrigam-nas a
se “alinhar” aos seus padrões.
Dessa forma, temos
observado que muitas aquisições e incorporações não funcionam como o planejado
e algumas empresas até acabam quebrando completamente, pois uma organização
pode ser dirigida pela pesquisa e a outra pelo marketing. Ou uma pode ser
inflexível e burocrática, ao passo que a outra se mostra informal e espontânea.
Porém, mesmo que haja uma combinação quase perfeita os efeitos psíquicos desses
casamentos arranjados podem ser brutais.
Alexandre - O Grande |
Observando a
história da humanidade constatamos que Alexandre “O Grande” foi um dos melhor
assimilou as incorporações, pois em 334 AC ele iniciou sua expedição contra a
rica Pérsia e, bom planejador que era, Alexandre deixou a Macedônia – sua cidade
natal – não apenas com um grande exército, mas também topógrafos, engenheiros,
arquitetos, cientistas e com oficiais da corte e historiadores.
Conquistou a Ásia
Menor, assaltou Tiro, foi recepcionado no Egito como o libertador e ali fundou
Alexandria. Tomou a Babilônia e foi considerado o “Senhor da Ásia”. Em menos de
10 anos, Alexandre tornou-se soberano da metade do mundo conhecido, conseguindo
conservar unido o império, menos pelo uso da força do que
por meio de uma astuta política de assimilação. Os territórios persas
“recém-adquiridos” não foram obrigados a se “alinhar”; ao contrário, viram-se
encorajados a conservar sua estrutura administrativa e cultural.
Aristóteles |
Aristóteles ensinou
a Alexandre que somente os gregos eram homens livres e os demais poderiam ser
escravizados. Mas, Alexandre discordou porque ele admirava a habilidade
organizacional dos persas. E em vez de exercer seu poder sobre
eles preferiu governar com eles, insistindo para que seus
líderes adotassem os costumes locais. E deu maior exemplo ao vestir-se com as
roupas típicas nativas, pois, isso era apenas parte de sua tática.
A esclarecida
estratégia de Alexandre para aquisições e fusões significava que esses
novos territórios poderiam manter aquilo que lhes era mais caro: – sua cultura
e sua identidade separadas. As fusões de culturas organizacionais tão
diferentes é tão importante hoje em dia quanto era há 2000 anos. Sendo assim,
harmonizá-las numa fusão é muito mais importante que consolidar balanços
financeiros e combinar instalações industriais.
Plutarco |
A biografia de
Plutarco sobre Alexandre, o Grande, lembra que é preciso tomar cuidado ao se
provocar a assimilação de diferentes culturas numa fusão. Se a combinação não
ocorre, as tensões resultantes impedem as sinergias (economias de escala,
transferência de tecnologia, pesquisas mais eficientes, etc.)
O senso comum diz
que uma das coisas que separa os bons administradores dos simples competidores
é a habilidade de tomar decisões rápidas e agir com presteza. É a mitologia da
liderança que celebra o caminho mais rápido em tudo, implorando que os líderes
pensem, decidam e ajam rapidamente.
Pense nisto e tenha
uma ótima semana.
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