Prof.A.Marins |
Cyril
Northcote Parkinson foi um historiador inglês que trabalhou durante muitos
anos no Serviço Civil Britânico. A experiência que acumulou em
seu trabalho lhe permitiu publicar em 1957 um livro cujo título é “A Lei
de Parkinson e outras pesquisas de administração”. Neste trabalho ele formulou
sua famosa lei, que na verdade não é apenas uma, mas
várias.
Parkinson observou com cuidado a forma como o trabalho é desenvolvido nas dependências do Estado. Com
base na sua experiência cotidiana, conseguiu descobrir padrões que lhe
permitiram definir seus princípios básicos. A Lei de Parkinson pode se
resumir a três postulados fundamentais:
C.N.Parkinson |
- O trabalho se expande até preencher o tempo do
qual se dispõe para a sua realização.
- As
despesas aumentam até cobrir todos os ganhos.
- O
tempo dedicado a qualquer tema da agenda é inversamente proporcional a sua
importância.
- Desde a sua criação, os conhecedores do tema comprovaram diversas
vezes a validade da Lei de Parkinson. Ela também tem servido como guia
para propor novos métodos de trabalho e de administração do tempo nas
áreas da produtividade.
A lei de Parkinson e a administração do tempo
A
principal aplicação da Lei de Parkinson se dá na administração do tempo. O seu primeiro enunciado aponta: O trabalho se expande
até preencher o tempo do qual se dispõe para a sua realização. Isto
significa que se você tem uma hora para realizar uma tarefa, você irá usar uma
hora para fazê-la. Mas se você tiver um mês, demorará um mês.
A
verdade é que todos os dias somos testemunhas da vigência desta lei: Por exemplo, quando os estudantes dispõem de dois ou três meses para
entregar um trabalho, acabam fazendo-o 24 horas antes da data de entrega. Ou
quando é preciso finalizar uma tarefa profissional à tarde e você divaga até
algumas horas antes do encerramento preestabelecido, e durante esse lapso faz
tudo o que não havia feito anteriormente.
Este princípio está relacionado a outro enunciado
que Parkinson denominou de A Lei do
Adiamento. Ela estabelece que quando dispomos de tempo, sempre haverá a tendência
de adiar tudo aquilo que precisa ser feito. Mas, por que isto acontece?
Simplesmente porque o tempo é um conceito altamente subjetivo. Depende muito
mais da nossa percepção interior do que do verdadeiro transcorrer das
horas.
Parkinson também notou que quanto
mais tempo dedicamos a uma tarefa, mais complexa ela se torna e mais difícil
é terminá-la. Se
temos a sensação de que há muito tempo pela frente, olhamos mais os detalhes e
costumamos ir pelas beiradas, tentando cobrir até os aspectos mínimos da
tarefa. No entanto, se dispomos de pouco tempo, “metemos a mão na massa” sem dar
tantas voltas no assunto.
Um mal burocrático que todos copiamos
Parkinson observou também que os assuntos
menos importantes são os que acabam ocupando a maior parte do tempo. Por isso o seu terceiro grande enunciado
O tempo dedicado a qualquer tema da agenda
é inversamente proporcional a sua importância.
Aparentemente, os assuntos relevantes demandam uma
atitude séria e exigem enfoques
precisos. Por isso precisam ser despachados com mais eficiência. Por outro
lado, os assuntos triviais fazem com que todo mundo queira participar e diga
qualquer coisa que lhe venha à cabeça. Portanto, lhes dedicamos mais tempo.
Embora a Lei de Parkinson tenha sido
definida depois de observar a burocracia, a verdade é que ela se
aplica a praticamente todas as pessoas. E não apenas implica aspectos
relacionados à administração do tempo, mas também se estende a outros âmbitos
da vida, como as despesas ou a organização dos espaços físicos.
Parkinson aponta que as despesas aumentam até cobrir todos os ganhos. Isto quer dizer
que não importa quanto você ganha, você sempre encontrará um jeito de
“estar no limite” e inclusive com dívidas. Uma pessoa pode viver com
uma certa renda sem nenhum problema. Se sua renda aumenta, isto não significa
que ela irá contar com um excedente daqui para a frente, mas que organizará as
suas finanças de forma que não sobre nada.
O resultado de todos estes padrões de conduta é uma
grande ineficiência. O tempo e o dinheiro nunca são suficientes.
Contudo, se analisarmos com atenção, isto se deve à forma equivocada como os
administramos. De fato, este artigo que você está lendo foi escrito seguindo a
recomendação de Parkinson: dividir o trabalho em subaéreas e definir um tempo limite
para completá-las. O resultado: terminei na metade do tempo habitual. Que tal
você experimentar também?
Pense nisto e tenha uma ótima semana!
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