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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

ABENÇOADA COLA QUE NÃO COLA

Allyn Freman e Bob Golden publicaram um livro intitulado “Por Que Não Pensei Nisto Antes?”. Nele os autores perguntam: Já lhe aconteceu passar os olhos pelo jornal, ler acerca de um novo produto lançado no mercado e dizer: ‘Mas eu já tinha pensado nisso..’»? Provavelmente pensou. A diferença está em que outras pessoas com mais motivação, mais experiência e provavelmente mais dinheiro converteram essa ideia original numa realidade. Elas alcançaram a fama e a riqueza enquanto você continuará eternamente a questionar-se o que teria acontecido se tivesse sido mais empreendedor.

Há três fórmulas possíveis para explicar por que razão essas pessoas ganharam dinheiro. Duas delas não exigem talento inventivo.

  • Os inventores e criadores. Algumas pessoas tiveram sucesso graças a um golpe de gênio. É exemplo a criadora do Liquid Paper, um produto que qualquer pessoa poderia criar.
  • Os espiões com espírito empreendedor. O segundo método é ir buscar a lâmpada que se acendeu sobre a cabeça de outra pessoa. Foi o que fez o francês Marcel Bich, que, cansado das esferográficas que borravam, decidiu fabricar uma caneta mais fiável e durável, a Bic.
  • Os homens de marketing e capitalistas. A terceira via é comprar o capital de uma empresa em dificuldades e, através de ações de marketing e de uma gestão financeira sólida, torná-la rentável.

A partir de hoje publicaremos algumas histórias inspiradoras de pessoas que inventaram ou lucraram com produtos sem os quais hoje o mundo não seria igual.

Arthur Fry adorava cantar no coro da igreja, mas aborrecia-o o fato de estar sempre a procurar a página no livro de hinos, mesmo quando as marcava com pedaços de papel, que facilmente caíam. Fry, que era cientista na 3M Company, em St. Paul, Minnesota, lembrou-se de adesivo que não colava, que fora desenvolvido alguns anos antes pelo seu colega Spencer Silver. Esse adesivo tinha uma propriedade pouco usual: era suficientemente forte para aderir, mas era facilmente removível.

A 3M acabara de iniciar uma política que permitia que os cientistas da empresa gastassem até 15% do seu tempo em projetos do seu interesse. Até chegar aos pedaços de papel foram precisos 18 meses, mas o departamento de marketing da 3M não se deixou impressionar: por que razão iriam os consumidores pagar bem por um pedaço de papel adesivo se podiam usar desperdícios de papel gratuitos? O segundo obstáculo com que Fry teve de se deparar foi apresentado pelos engenheiros mecânicos da 3M, que duvidavam ser possível aplicar uniformemente a cola num pedaço de papel. Decidido, Fry montou uma máquina na cave da sua casa e ultrapassou essa dificuldade.

Com o decorrer do tempo, a 3M concordou em produzir protótipos para serem testados pelas secretárias da empresa. A reação unânime de entusiasmo por parte dos empregados não foi ainda suficiente para convencer o departamento de marketing da 3M, que testou o produto em três cidades. As vendas eram aceitáveis, mas não excepcionais. Mas uma análise mais atenta dos dados permitia concluir que alguns distribuidores tinha esgotado o seu stock. Como? Com amostras gratuitas. A 3M pegou na ideia e decidiu empreender um teste de mercado final: distribuição massiva de amostras, para a qual teve de contratar trabalhadores temporários à Manpower, para fazer demonstrações ao vivo. Os Post-it tiveram um resultado de 90% de intenções de compra — 50% já seriam excelentes.


Finalmente, em 1980 os papelinhos amarelos que colam, descolam e voltam a colar foram lançados nos Estados Unidos e no ano seguinte chegariam à Europa. Em 1983, as vendas totalizaram 45 milhões e, durante vários anos, aumentaram cerca de 85% anualmente. Quatro anos depois do seu lançamento, os Post-it eram já o produto mais bem sucedido em toda a história da empresa, que expandiu as vendas lançando blocos com novos formatos e cores e com mensagens ou logótipos impressos. Hoje, os Post-it estão entre os quatro produtos mais populares nos escritóri
os. 

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