Prof.A.Marins |
Engajar é
um dos grandes desafios das organizações no que se refere à gestão de pessoas e
à obtenção de resultados superiores - escreve Karin Parodi, CEO da Career Center. Existe um mundo novo, trazendo obstáculos
também nunca vistos. Uma rotina exaustiva, formada por novas tendências,
cenários em transformação constante, novas demandas chegando a uma velocidade
jamais vista. Toda essa complexidade faz parte do dia a dia das organizações e
das pessoas.
Quem
acompanha de perto a pauta das lideranças já percebeu que a cobrança é cada vez
maior. E de todos os lados. Os profissionais são chamados a abraçar e a
implementar as mudanças e ao lado dos colaboradores mais maduros há uma nova
tribo, mais jovem, totalmente adaptada e motivada com o novo. Entrelaçadas no
desenvolvimento das atividades e na busca do cumprimento das metas, essas
pessoas dividem responsabilidades, angústias e desafios.
Mas e as
empresas? Podemos afirmar com segurança que estão acompanhando essa sede
por inovação e mudanças constantes dessa nova geração? Elas estão cientes do dinamismo
que a diversidade de gêneros, perfis, nacionalidades e gerações trazem para o
negócio?
Karin Parodi |
Os temas
produtividade e motivação estão na pauta das organizações. Mas também vejo que
cada vez mais os jovens e os profissionais talentosos têm muito mais opções de
carreira, seja em termos de formação ou em opções de trabalhar ou não para uma
empresa. Eles buscam espaço para inovar e implementar novas ideias. Se isso não
está na pauta das organizações, muitos optam pelo empreendedorismo
alinhado a algo que atenda o propósito de vida.
Aí que
surge o tema engajamento sob a ótica mais ampla. Não se trata só de reter
de forma estratégica os talentos e profissionais de alto potencial e
desempenho. É preciso entender o cenário atual e as expectativas dos
colaboradores, além de criar uma conexão com aspectos mais intangíveis da
organização, como cultura organizacional, qualidade de vida, local físico,
sistemas de reconhecimento remunerados ou não, alinhamento com os valores e
possibilidades de carreira. Esses fatores e outros formam a lista de desafios
de todos e não só da área de RH e devem ser tratados como prioridade
estratégica.
Existem
variadas definições sobre engajamento, mas uma das minhas preferidas é a ligação
afetiva, de valores e de objetivos do negócio, congruentes entre o funcionário
e a organização. Engajar é promover a sustentabilidade dos resultados e isso se
consegue em função do alto índice de energia, comprometimento, resiliência,
entusiasmo e busca por desafios. Adicionalmente, grau de autonomia,
oportunidade de aprender e ser reconhecido por meio de feedback construtivo.
O conjunto destes elementos leva o profissional a sentir-se realizado e,
consequentemente, feliz.
Manter o
alto nível de engajamento tanto no momento de crise econômica quanto em um
mercado aquecido é um fator crítico para o sucesso dos negócios. Isso é uma
vantagem competitiva que somada à estratégia, inovação, capacidade de
comprometimento, motivação e o tão sonhado engajamento não vão acontecer por
acaso. São atributos que precisam ser lapidados, implementados a partir de um
discurso fortalecido por atitudes. É trabalhoso, exige ética, transparência e
trabalho árduo. Mas o resultado pode ser a criação de um cenário fortalecido,
único e intransferível.
É preciso
esclarecer em tempo também que o engajamento não depende só da empresa e da
liderança. Características de personalidade como otimismo, automotivação, autoestima
elevada, sentido de pertencer e influenciar colegas, ser alguém que está de bem
com a vida e que se entusiasma com as buscas e conquistas também fazem muita
diferença na construção de um time que tenha alto grau de engajamento.
Infelizmente,
nem todo mundo tem esse espírito e as pessoas sem paixão estão inseridas em
todos os universos; estão nas famílias, nas rodas de amigos e também nas empresas.
São os chamados “desengajados”. Eles são quase sempre negativos em relação ao
futuro, têm uma baixa conexão emocional com a empresa, não arriscam novas
atitudes, não gostam de mudanças. Mesmo assim, boa parte desses profissionais
são produtivos e podem assumir novo comportamento, com uma reversão positiva
deste quadro.
Já os
“ativamente desengajados” não se sentem parte da organização, promovem a insatisfação
e o desprezo pela organização. Contaminam o ambiente com sua negatividade.
Estes profissionais devem ser convidados a se retirarem, pois têm como maior
objetivo desagregar.
Promover
o engajamento é trabalhoso sim, mas faz toda diferença. Empresas que conquistam
este patamar desfrutam de um ambiente altamente produtivo, com líderes que
inspiram e formam boa aliança com seus respectivos subordinados. Os resultados
são mais elevados e a capacidade de atravessar os dias turbulentos também.
Uma
organização alinhada nesses horizontes atrai talentos. Mais importante ainda:
os desenvolvem e, comprometidos com o sucesso, eles ficam por muito mais tempo.
Pense
nisto e tenha uma ótima semana!
Fonte: Karin Parodi - Fundadora e CEO
da Career Center - http://hbrbr.uol.com.br/
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